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Os Melhores de 2016 #TBT

Os Melhores de 2016

Na última semana de 2016, resolvi fazer um apanhado geral desse ano tão problemático e dizer 3 filmes, 3 séries e 3 livros que me ajudaram a pensar: “não foi tão ruim assim!”
Foi um ano difícil. Amarrado. Arrastado. Um ano que se pudéssemos apagar da memória, não pensaríamos duas vezes (claro que não estou generalizando).
Para completar a lama ruim, perdemos ontem George Michael, estrela icônica do pop. Sua voz marcante, sua dança e seus clipes fantásticos farão falta, mas que bom que temos um material maravilhoso para, de vez em quando, matarmos a saudade.


Livros:
1 – Depois a Louca Sou Eu – Tati Bernardi
A rainha das frases que rodam Facebook, Twitter e Tumblr, sempre me encantou, através dessas redes sociais. Me identificava com suas frases, sua fossa, seu amor implacável e sua maneira de falar verdades; verdades que estão dentro da gente, mas que não sabemos como colocar para fora e ela simplesmente coloca. Nesse livro, Tati fala por situações que passou por causa de sua ansiedade. É divertido demais. Mas tem sua tristeza. Apesar de tratar seu problema com leveza, ao pararmos para analisar as situações pelas quais ela passa, percebemos como é angustiante.
Um livro que recomendo a todo mundo, porque Tati Bernardi, ao meu ver, é o tipo de pessoa que agrada a todos.
Esse livro só me fez ficar mais apaixonada por ela. 101% fã.
2 – Tá Todo Mundo Mal (O Livro das Crises) – Jout Jout
Quem conhece Jout Jout sabe o jeito dela. O ano foi marcado por lançamentos de livros de YouTubers. Confesso que não li de mais nenhum, mas fiquei curiosa para saber se seguem a linha superficial ou se vão a fundo como Jout Jout.
Ela não teve medo de se mostrar, expor suas ideias. Gente como a gente. Pequenas coisas que passamos no cotidiano, que podem passar despercebidas, mas que nem as frases de Tati: a gente se identifica. Acho que meu ano literário foi marcado por uma identificação de pequenas situações pelas quais os autores passaram.
Há poucos dias saiu a triste notícia que Jout Jout e Caio, seu namorado que é um cara que qualquer pessoa desejaria ter no círculo de amizade, acabaram. Pois é, mais uma identificação: nem eu, nem Jout Jout saímos ilesas de 2016.
3 – A Garota do Calendário – Audrey Carlan
Na verdade, não é apenas um livro; é uma série. São dozes livros, correspondendo a cada mês do ano.
A história é de Mia, uma jovem mulher, que passa a ser acompanhante de luxo para tirar o pai da mira de um agiota, que por acaso, ela já teve um envolvimento.
Cada livro é curtinho, a leitura é fácil e rápida. A questão é que os cenários descritos pela autora, os clientes da personagem principal e a personalidade da própria, são fantásticos.
Erótico, sexy, divertido e, de vez em quando, emocionante, “A Garota do Calendário” me agradou por ser uma leitura leve e “hot”. Vale a pena investir algumas horas do dia e conhecer a protagonista “diferente” Mia.

Filmes:
1 – Capitão Fantástico – Diretor: Matt Ross
O tipo de filme que você se apaixona do início ao fim pelos personagens. Um pai e seus seis filhos levam uma vida meio hippie, longe de toda a sociedade. Uma vida rica em educação, saúde, mas que peca na preparação para a “vida real”.
Capitão Fantástico vai fazer você rever seus (pré)conceitos sobre família, sociedade e comportamento.
Com uma trilha sonora e fotografia impecáveis, com certeza, o melhor filme do ano.
PS: Está em cartaz nos cinemas. Aproveitem! Vale o ingresso, a pipoca e salvará 2016
2 – A Chegada – Diretor: Denis Villeneuve
A Chegada é um filme de ficção científica que vai agradar até mesmo quem não gosta do gênero (se a pessoa entender o filme, é claro).
Algumas naves aparecem em cantos diferenciados do planeta e não há nenhuma explicação. Com a ajuda de Dra. Louisa Banks, uma linguista e Ian, o governo vai em busca de respostas sobre a intenção dos alienígenas.
De uma clareza intensa e imensa, ele emociona ao mostrar como os seres humanos são ruins na hora de comunicar e procurar conhecer o desconhecido. Parece redundante, na verdade, é mesmo. Mas não há outra forma de chegar.
Um trabalho impecável, totalmente fora do clichê!
Para ser visto, revisto e admirado.
3 – Animais Noturnos – Diretor: Tom Ford
Suspense de qualidade inquestionável. Tom Ford apresenta um tipo de filme que está em falta nas telonas.
Susan recebe o manuscrito de seu ex-marido e começa a ler. Enquanto isso, sua vida vai desenrolando com descobertas que ela faz sobre si mesma e sobre o atual casamento.
Atuações impecáveis e, talvez, um grande nome para concorrer ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.
Para quem está no segundo filme, Tom Ford já mostra uma grande evolução e a que veio. Tem grandes chances de se firmar como um cineasta de peso.
O filme estreia dia 29/12, por isso não dei maiores detalhes. A crítica estará disponível no blog, na madrugada de quarta para quinta. Fique esperto!

Séries:
1 – Black Mirror – Todas as temporadas disponíveis na Netflix
Ok, não é uma série nova. Mas eu só descobri esse ano. Foi, sem dúvidas, minha melhor “ah, vou ver para entender do que se trata, já que tão falando tanto”.
A terceira temporada foi lançada e levou muita gente a “surtar”. Por que elas surtaram? Porque elas se identificaram. Eu me identifiquei. De alguma forma bizarra, todo mundo que assiste se identifica com algum episódio.
São episódios isolados, você pode assistir fora da sequência, porque não há ordem. Mas como eu sou “organizadinha”, comecei da primeira.
Apesar de ser uma série contínua, há um tema em comum, que prevalece em todos os episódios: tecnologia.
Como essa tecnologia influência o modo de viver da sociedade. Como estamos nos deixando “ir” e aonde vamos parar com isso tudo.
Bizarro, indigesto e extremamente real.
“Black Mirror” é uma série que vai destruir sua cabeça e, mesmo assim, você implorar por mais.
2 – Stranger Things
Década de 80, The Smiths de trilha sonora, elenco com crianças que atuam fantasticamente bem, Winona Ryder, um pouco de suspense misturado com ficção científica e muitas, mas muitas referências!
Indicada para quem gosta de clássicos, mesmo que sejam novos.
3 – Especial de Natal de Sense 8
Após uma longa espera, a Netflix resolveu dar um presente aos fãs de uma das séries que mais conquistou fãs em 2015. Para deixar com o gostinho de quero mais, o reencontro com esses oito personagens não poderia ter uma mensagem mais bonita. A duração de pouquinho mais de duas horas, serviu para matarmos a saudade dos sensates. Pouco para quem espera há tanto tempo.
Para quem não assistiu a série, não recomendo que comece pelo especial. Para quem assistiu e largou no meio, recomendo que tente terminar, porque só especial, já vale a pena ter assistido tudo. Enfim: se eu já amava “Sense 8” antes, agora é um relacionamento mais que sério.
A primeira temporada de Sense 8 está disponível na Netflix e a segunda temporada chega no canal de streaming a partir de 5 de maio de 2017.
Para o ano novo…
É isso, galera. Ao meu ver, teriam mais filmes, livros e séries para entrarem na lista, mas esses que eu coloquei aqui, podem ter certeza que foram escolhidos a dedo, com muito carinho. Não poderia recomendar nada antes deles.
Espero que o ano de 2017 comece repleto de boas novidades na área da cultura e que eu possa trazer mais dicas bacanas.
Desejo a todos um excelente Ano Novo e que nosso reencontro seja breve.
Publicado originalmente: http://femininoealem.com.br/24200/os-tres-melhores-de-2016/

Corra!

Corra!

Há algum tempo o suspense tem voltado a aparecer nas telonas em filmes que valem a pena. Ano passado tivemos “A Garota no Trem” e “Animais Noturnos”, por exemplo. E esse ano, tivemos “Fragmentado”, thrillers que mexeram com a cabeça do público e conquistaram os espectadores, mesmo que a princípio as pessoas não absorvam tudo de primeira.

“Corra!” teve sua estreia no exterior antes de chegar ao Brasil e também deu o que falar. A sinopse parece entregar tudo o que o filme é, mas não se engane: é muito além do que se pode imaginar. Chris, interpretado pelo ator Daniel Kaluuya (Black Mirror), vai conhecer a família de Rose (Allison Williams), sua namorada. Até aí, tudo bem. No entanto, Chris se preocupa com o fato de ser negro e sua namorada ser branca. Mesmo assim, ela garante que não há problema algum, que sua família vai recebe-lo bem. Quando chegam, após passarem por um constrangimento na estrada, de fato, o rapaz é bem recebido. Mas é tão bem recebido, que é incômodo para ele e para quem está assistindo, pois há um ar fake no meio de tanto amorosidade.

Então, Chris começa a perceber como os poucos negros, que estão ali, são estranhos. O desconforto vai aumentando até chegar num ponto em que ele percebe que há muito mais coisa naquela família e cidade, do que imagina.

O filme de Jordan Peele é diferente. Trata do preconceito, mas não de forma aprofundada. A subjetividade aponta para todos os indícios de que o preconceito está vivo ali. Confesso que só me toquei nos pontos cruciais quando conversei com minha Mãe sobre o filme, porque algumas coisas estavam martelando em minha cabeça.

Para quem quer um roteiro militante, que aborde o racismo de forma clara, não é esse o filme indicado. Acredito, inclusive, que esse não seja, realmente, o intuito do diretor. A premissa do filme é entrega e cumprida de forma perfeita e com atuações muito boas, principalmente de Daniel, que eu já conhecia por conta da fabulosa série “Black Mirror”. É um ator que merece toda a atenção e pode trazer muitas atuações boas. Allison Williams também é conhecida do público, apesar de ser o seu primeiro trabalho da atriz que eu vejo. Gostei da menina.

O final do filme, em algumas questões é altamente previsível. Se houve a intenção de um plot twist, dificilmente alguém se surpreenderá. No entanto, nem por isso, deixa de ser angustiante e levar para o espectador um dos thrillers psicológicos mais interessantes do ano. Para os amantes da sétima arte, assim como eu, considero um filme indispensável na filmografia.

“Corra!” estreia hoje, 18 de maio, e vale a pena as unhas roídas, as risadas de nervoso, a cara de quem não está acreditando, as pipocas caídas no chão, o gole grosso de refrigerante, a previsibilidade e o horror que você vai ficar de xícaras de chá.

Isso é muito Black Mirror!