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Assassinato no Expresso do Oriente

Assassinato no Expresso do Oriente

Hercule Poirot é um detetive belga altamente dedutivo. Modéstia não é o seu forte, ele sabe que é um dos melhores, senão o melhor, no que faz. Detalhista, acredita que todo criminoso tem o mesmo método psicológico na hora de cometer um crime, por isso, segue um caminho investigativo diferente dos demais policiais. Sua primeira aparição nos livros da escritora Agatha Christie, foi em “O Misterioso Caso de Styles”, onde tem como missão resolver um assassinato junto a Hastings, seu amigo. Ao todo, Poirot protagonizou trinta e três romances e quatro contos, dentre eles, o “Assassinato no Expresso do Oriente”, que ganhou sua primeira adaptação cinematográfica em 1974, com o ator Albert Finney dando vida ao personagem principal.  Em uma nova adaptação, Kenneth Branagh é o responsável por dar vida ao detetive e por dirigir a trama.

Em uma viagem de trem, de Istambul para Londres, acontece um assassinato. Com 12 passageiros completamente diferentes e o melhor detetive para resolver o caso, que parece ser simples, essa viagem será inesquecível para quem está assistindo. Recheada de grandes nomes do cinema atual, um cenário impecável e ângulos criativos para que se tenha noção do espaço onde os personagens estão, “Assassinato” se faz uma trama inteligente, como é esperado, e com um bom ritmo, capaz de prender a atenção do espectador mais disperso e criar teorias na cabeça de quem não conhece a história. É um filme de suspense repleto de detalhes muito bem feitos.

O desenrolar da trama, deixa os mais ansiosos por uma resolução, como eu, cheios de ideias, já que não tem nada muito óbvio. As coisas deveriam ir fazendo sentido a medida que Poirot consegue conectar as evidências aos seus respectivos suspeitos, todavia parece que tudo foi deixado para a solução final, que é pouco provável, apesar de não surpreender. Talvez, por isso, em um determinado momento, o filme perde um pouco do fôlego e se torna um tanto quanto confuso. Não atrapalha o desfecho, é verdade, porém deixa a sensação de “não entendi muito que bem o que aconteceu aqui, vida que segue”.

Sobre as atuações é quase desnecessário fazer algum comentário. Um elenco que tem Judi Dench, Penélope Cruz, Willem Dafoe, Michelle Pfeiffer (que a cada filme fica melhor) e outros, qualquer comentário se faz irrelevante, já que todos mantém seus trabalhos impecáveis. Quem merece o destaque é a atriz Daisy Ridley. É a primeira grande produção fora da saga Star Wars que a britânica participa. E ela está excelente! O envolvimento de sua personagem com o detetive deixa o gostinho de quero mais. Fica difícil não torcer para um desenvolvimento maior, que não tem, infelizmente.

Um suspense bem feito e fácil de agradar, “Assassinato no Expresso do Oriente” é abertura bem-sucedida para a nova geração ter contato com a Rainha do Crime. Se em 2017 tivemos Stephen King brilhando em diversas adaptações, que uma nova porta se abra para a escrita fantástica de Agatha Christie. O fim do filme deixa a brecha para a sequência, já na anunciada, “Morte no Nilo”. Michael Green será novamente responsável pelo o roteiro e Kenneth Branagh ainda está em negociações para dirigir e viver, mais uma vez, o detetive Hercule Poirot. A torcida é para que tudo dê certo.

“Assassinato no Expresso do Oriente” estreia hoje, 30/11 e é uma boa escolha para quem é fã das tramas de Agatha Christie, para quem é fã de suspense e para quem é fã de uma boa narrativa. Vale a pena o ingresso, a pipoca e a cara do meme de Nazaré, fazendo as contas para descobrir quem é o tal assassino!

Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha


Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha

A amizade improvável entre a rainha Victoria e o jovem indiano Abdul, em 1887, foi descoberta há poucos anos e se tornou um livro histórico, “Victoria & Abdul: The True Story Of The Queen’s Closet Confidant”, pelas mãos de Shrabani Basu. Agora, a amizade entre os dois é levada às telonas com roteiro de Lee Hall (Billy Elliot) e direção de Stephen Fears (Alta Fidelidade).

Está para ser comemorado o Jubileu de Ouro da Rainha Victoria (Judi Dench). Para lhe entregar um presente, dois indianos são levados a Londres e de modo en passant, aprendem a como se comportar na presença na monarca. Nervosos com a situação, o choque cultural e a nobreza local, os indianos cumprem o seu papel, no entanto, ao quebrar um protocolo, Abdul (Ali Fazal) acaba por conquistar a atenção da Rainha. A partir disso, para tê-lo sempre por perto, ela o nomeia como conselheiro e os dois iniciam uma parceria que faz muito bem a ambos e causa extremo incômodo à corte.

O longa tem um roteiro divertido, repleto de clichês (sou fã de clichês) e que conquista a quem assiste por ter uma situação atípica, que incomoda quem não gostamos e, de certa forma, é ingênua. Quando se trata de relacionamentos entre pessoas de diferentes culturas, classes sociais e hierarquia, é fácil de se torcer para que dê certo e barreiras sejam rompidas. Os vilões em “O Confidente da Rainha” são as pessoas de sua confiança, mas que não a preenchem, incluindo seu filho e sucessor. Mesmo com tanta gente em volta, depois de perder o marido, Victoria só volta a se sentir viva depois que encontra o jovem. Isso é algo tão bonito, que é possível se desprender do amor romantizado entre um homem e uma mulher para apostar numa amizade pura.

Um ponto alto do filme, além de seu figurino e ambientação impecáveis, é a atuação do elenco. Dos atores que dão vida aos personagens mais detestáveis até os dois principais, é tudo de uma competência enorme, deixando o longa melhor do que seria. Abdul é um rapaz tão encantador, que é difícil não querer conhecer mais da história dele ou prestar atenção quando ele fala. Mohammed (Adeel Akhtar), indiano que embarca na viagem com Abdul, é mal-humorado, ranzinza e, mesmo assim, tem seu encanto. Seu alívio cômico, se analisado profundamente, não tem nada de engraçado. Mohammed leva verdades que ninguém quer ouvir, mostrando como mesmo nas melhores intenções a nobreza pode atrapalhar a vida das pessoas mais simples.  

Junto aos dois, se tem Judi Dench vivendo pela segunda vez a Rainha Victoria. A primeira vez que a atriz deu vida à monarca foi no filme “Sua Majestade, Mrs. Brown”, em 1997, filme de John Madden. A segunda Victoria de Dench é uma mulher idosa, solitária, gulosa e paparicada por todos que a cercam. Seu carisma aflora com a presença de Abdul e, assim como é difícil não gostar do rapaz, é mais difícil ainda não gostar dessa mulher que quebra protocolos para conseguir o que quer e defende com toda convicção o que acredita. Uma das cenas mais marcantes das quase duas horas do filme, é a em que ela discursa para a corte e funcionários. Uma senhora de aparência frágil, se impõe de uma forma tão forte, que a vontade é levantar no meio de sessão e aplaudi-la. Por brilhar no filme todo e, ainda mais, nessa cena, Judi Dench já merece uma nova nomeação ao Oscar.

“Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha” é um filme bem feito, com um roteiro simples e muito bom, capaz de encantar a quem for ao cinema conhecer uma parte da história de um Rainha tão marcante. Um filme cheio de leveza e beleza, que não surpreende, mas que é delicioso de assistir.

A estreia é hoje, 16 de novembro. Vale a pena o ingresso, o combo da pipoca e poder ver Judi Dench, nos seus 82 anos, maravilhosa, dando uma aula de interpretação.

Assassinato no Expresso do Oriente


"TODO MUNDO É SUSPEITO"

O cartaz do filme "Assassinato no Expresso do Oriente" foi divulgado hoje. O filme é baseado na obra homônima da escritora Agatha Christie, onde o detetive Hercule Poirot investiga o assassinato de um dos passageiros. 

Dirigido por Kenneth Branagh, o filme deve estrear em 23 de novembro. O primeiro trailer sai amanhã, 1º de junho. 

Curiosidade reinando forte aqui! Ainda mais com esse elenco de peso. AMEI o cartaz. Espero que o filme faça jus.