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Lino - Uma Aventura de Sete Vidas


Lino - Uma Aventura de Sete Vidas

Pense num cara azarado! Desde a infância, Lino não dá certo. Sofre bullying, não consegue conversar com a garota amada, tem o lanche roubado... um fracasso. Depois que cresce, Lino não se destaca. Sua falta de sorte continua determinando o rumo desastroso de sua vida. Ele trabalha como animador infantil, vestido com uma fantasia tosca de gato. As crianças o odeiam! Sua vida social não existe. Dessa vez, um fracasso total. A gota d'água é quando Lino é despejado de seu apartamento, por falta de pagamento.

A ajuda que ele recebe é do valentão da época de escola, obviamente, essa ajuda não será barata, mas Lino não tem ideia do quanto isso irá lhe custar. Desestimulado, ele procura ajuda de um guru espiritual para tentar o rumo das coisas. O tal guru, lhe passa uma fórmula e mesmo sem colocar muita fé, Lino tenta a sorte. Ao sair do vestiário do trabalho, as mudanças são observadas, pois começa a receber vários elogios. As crianças ficam encantadas, e aí ele percebe: virou um gato de verdade, só que gigante. Ao mesmo tempo, Lino começa a ser perseguido pela polícia, porque um homem fantasiado de gato (a fantasia de Lino), assaltou diversos lugares e foi flagrado por câmeras. O gato gigante vai ter que se resolver com o guru maluco, a polícia e um bebê, que cai, literalmente, em suas mãos. Confusão pouca é bobagem. 

A animação é leve e divertida. A policial que persegue Lino é dublada por Dira Paes. Lino por Selton Mello, que tem uma voz icônica e cabe perfeitamente no personagem. Quando ele mia entre as frases, principalmente quando está nervoso, é engraçado e soa natural. A personagem que Paolla Oliveira dubla, aparece pouco, mas é uma participação importante, porque tem uma história inesperada. 

Não é a primeira animação do Brasil, mas marca o retorno do cinema nacional ao gênero e de forma tão eficaz. Esperar que seja uma animação estilo Pixar ou Disney, não é justo. O cinema brasileiro já vem, há algum tempo, entregando um trabalho impecável, agora é hora de explorar outros gêneros para outros públicos, o que é o caso de "Lino". 

A história de Lino é boba e dificilmente vai agradar as crianças que estão entrando na pré-adolescência, porque elas já não têm paciência para animação, consideram infantil demais, ainda mais quando é uma história que não traz nenhuma grande novidade e beira a ingenuidade, a exemplo de dois policiais que acompanham Janine (Dira Paes) e apelam para um humor extremamente forçado, do tipo que só agrada crianças pequenininhas mesmo. 

O filme do diretor Rafael Ribas, no entanto, tem um bom ritmo e ação não para. Torço para que tenha uma boa recepção do público para que um segundo filme de Lino seja aprovado. Quem sabe, ele não ganhe um roteiro com diálogos mais elaborados... é uma chance.

"Lino - Uma Aventura de Sete Vidas" estreia hoje, 7 de setembro e vale a pena levar a criançada para embarcar na aventura desse gato azarado, mas que conquista fácil o público. Se falta um pouco mais de conteúdo, o carisma de Lino e, até mesmo, a simpatia do guru atrapalhado conseguem ajudar o filme a emplacar. Bom passo para a animação nacional!

O Filme da Minha Vida


O FILME DA MINHA VIDA
Estreia nos cinemas em 03 de agosto de 2017

O diretor e ator do filme, Selton Mello, esteve em Salvador, no último dia 28, para coletiva de imprensa e pré-estreia, que aconteceu no UCI ORIENT BARRA, Shopping Barra.

Um ator que trabalha desde os oito anos de idade, completa agora 35 anos de carreira, talentosíssimo, super simpático, falou sobre a nova produção, que conquistou a todos que já assistiram. Ao falar da participação no filme, disse não haver mistério em atuar, especialmente para alguém que começou criança... que é praticamente uma brincadeira; é lúdico. Também falou da carreira, de novos trabalhos e pretensões em novas plataformas. Mas... Para dirigir já é outra experiência, por todo o contexto; contudo, a interação com os atores é perfeita, considerando que é um ator dirigindo; é alguém que “fala a mesma língua”. Isso é positivo e traz efeitos espetaculares, conforme aconteceu nesse e nos seus filmes anteriores.

E Selton começa a falar do filme, assim...

“Uma história cheia de ternura, família, união, uma história linda, dos anos sessenta, reconstituição de época, trilha sonora... filme lindo”
“A gente vive um momento péssimo, e não é somente no Brasil; é no mundo. Esse filme é uma flor no meio do asfalto; um presente que eu ofereço para o público; um filme cheio de doçura; um filme importante, necessário”

“Um filme que começa com uma impressão, e a impressão que eu tive desse livro foi de afeto, um livro que me emocionou; e aí você transforma essa impressão, numa expressão. E eu acho que a gente conseguiu, junto com uma equipe espetacular, super elenco... a gente conseguiu fazer um filme que está tocando o coração das pessoas. Eu estou viajando pelo Brasil inteiro, e por onde esse filme está passando, está causando um grande encantamento”.

Filme inspirado no livro “Um Pai de Cinema”, do autor chileno Antonio Skármeta que é apaixonado pelo Brasil, lugar onde cultiva grandes amigos, como o cantor e compositor Toquinho, por exemplo, e queria que o livro fosse um filme filmado no país. Ao procurar um amigo e pedir indicação de direção, foi sugerido Selton Mello, pela semelhança com o autor em ver a arte, a sensibilidade de ver o mundo, por impressões baseadas no filme “O Palhaço”, de 2011, dirigido, co-escrito e estrelado por Selton. 

O autor assistiu ao filme e amou. Ao procurar Selton e apresentar-se já com a proposta, surpreendeu o ator, que a princípio imaginou ser um trote; Skármeta é autor de “O Carteiro e o Poeta”. Ao ler a proposta, houve o encantamento e tudo aconteceu. Selton começou a trabalhar, preservou o máximo da obra, apesar de ter que adaptar, por questões com linguagem, viradas, conflitos... ele precisou voar mais alto e teve a aprovação do autor, que o deixou muito à vontade.

A escolha do elenco foi algo de intuição; Johnny Massaro foi o primeiro que se encaixou para o personagem principal, por ter todas as características pertinentes. “Bruna Linzmeyer é uma grande atriz, muito expressiva”. “Bia Arantes é uma menina linda, tem um ar de atriz antiga, como Ava Gardner; ela tem um ar de estrela de filme antigo”. Rolando Boldrin é desafio antigo, desde “O Palhaço”, para convencê-lo a atuar; e teve o personagem escrito especialmente para ele; “Vincent Cassel que está quase brasileiro... e é um pai francês que fala português”. Antonio se encantou pelos detalhes! O autor, que também trabalha no filme, teve uma cena criada, por Selton, e o diálogo escrito por ele mesmo.

“O Filme da Minha Vida” é uma história clássica, que tem início, meio e fim, está claro; não tem nenhum hermetismo, mas é feito de uma forma refinada. É cinema de qualidade; tem Walter Carvalho, Fotógrafo, Cláudio Amaral Peixoto, Diretor de Arte, tem grandes pessoas colaborando na cinematografia. Filme de cinema de verdade, e para o grande público. Eu quero fazer algo de melhor, refinado e acessível. Essa é a minha tentativa como realizador”. A proposta do diretor não é ganhar prêmios. Comunicar, entreter, é o seu propósito.

Considerando a condição política cultural atual, muito aquém do que é necessário, Selton expressa a sua admiração pelas plataformas de streaming e YouTube e confirmou está filmando a série - O Mecanismo - sobre a Operação Lava Jato, para a Netflix, que estreia em 2018, sob a direção de José Padilha. Ele está muito entusiasmado e, apesar de poder ainda falar sobre a série, sendo o diretor conhecido pela forma de trabalho... Selton acredita ser bastante interessante o tema, e complementa opinando da seguinte forma: Precisamos Falar Sobre o Kevin “. Também falou da possibilidade de produzir algo para o YouTube, Instagram... para interagir com as pessoas, que estão conectadas o tempo inteiro. Ele pensa que é preciso abrir a possibilidade para novas formas de expressão.

Selton dedica “O Filme da Minha Vida” aos pais, com quem ele aprendeu tudo na vida, e quis cravar essa afetividade, esse amor, essa gratidão na tela, como tatuagem. Os laços familiares, a ligação entre ele, os pais e o irmão é “o verdadeiro berço de ouro”!

O filme é exatamente o que Selton colocou, e mais um pouco. Tem uma fotografia linda e a trilha musical espetacular.
Há muita sensibilidade e poesia, sem que o filme seja melodramático, ainda que o gênero seja drama.
O cinema nacional, porque estamos tratando dele, está recebendo um presente, que poderá representa-lo sem dever nada às grandes produções europeias, às quais eu compararia.

“O Filme da Minha Vida” é leve e lindo!

Sinopse:

Serras Gaúchas, 1963. O jovem Tony Terranova precisa lidar com a ausência do pai, que deixou a ele e a sua mãe, para voltar a viver na França. Professor de francês num colégio da cidade, ele convive com os conflitos dos alunos no início da adolescência e vê o desabrochar de moças como a encantadora Luna.
Apaixonado pelos filmes que vê no cinema da cidade, Tony faz do amor e do cinema suas grandes razões de viver. Até que a verdade sobre seu pai começa a vir à tona e o obriga a tomar as rédeas de sua vida.

Serviço
Data de lançamento: 3 de agosto de 2017 (1h 53min)
Direção: Selton Mello
Produtora: Vania Catani
Coprodutor: Selton Mello
Produtora Executiva: Vania Catani
Elenco: Johnny MassaroVincent Cassel, Bruna Linzmeyer, Rolando Boldrin, Bia Arantes, Ondina Clais, Martha Nowill, João Prates, Antonio Sharmeta, Erika Januza, Selton Mello
Gênero: Drama
Nacionalidade: Brasil
Distribuidor: VITRINE FILMES

Texto: Ana Paula Berenguer Icó