A Vigilante do Amanhã


A Vigilante do Amanhã

Pense em um futuro onde as cidades serão invadidas por tecnologia. Poderia ser hoje, se você chegar numa grande metrópole onde tem aqueles prédios enormes com fachadas coloridas por suas telas brilhantes, cheias de informações. Mas isso não é nem metade do que é apresentado em “A Vigilante do Amanhã”. A cidade tem tanta informação visual / virtual, que eu fiquei incomodada de imaginar que esse é o rumo que estamos tomando. Se reclamam da poluição virtual dos outdoors, imagina a realidade que nos é apresentada nesse filme com hologramas gigantes. É de enlouquecer qualquer mente humana. Humana, sim. Porque para completar a insanidade do cenário, as pessoas possuem aperfeiçoamento robótico. Como é isso? Os seres humanos ganham detalhes “mecânicos” em seus corpos.

O filme de Rupert Sanders é baseado no mangá homônimo de Mesamune Shirow (lançado entre 1989-1990), que já teve um anime lançado em 1995. Não li e nem assisti, mas procurei informações sobre ambos e descobri que do mangá para o anime houve mudanças. Não me surpreenderia se dissessem que houve mais mudanças ainda do anime para o live-action hollywoodiano.

A escolha de Scarlett Johansson para interpretação da personagem principal, Major Mira Killian, rendeu problematização, já que é uma atriz branca, fazendo um papel que, claramente, deveria ser de uma atriz oriental. No entanto, pela premissa utilizada no filme, eu achei justificável. O talento de Scarlett, ao meu ver, é inquestionável. A vida que ela dá à personagem e às suas cenas de luta, o seu questionamento pessoal, são completamente convincentes. Não trocaria ela por nenhuma outra, apesar de ter muitas atrizes orientais tão fantásticas quanto Scarlett. Além do mais, o elenco tem atores de diversas etnias, o que é bom para mostrar a importância da diversidade nas telas de cinema.

A trama principal do filme é a busca de Major para saber quem ela é. Com um corpo robótico e uma mente humana, ela sente a necessidade de descobrir quem era antes de se tornar aquilo. Tem uma cena em que ela entra em contato com um ser humano, que é muito boa! De emocionar mesmo. Conseguimos sentir a angústia da personagem em precisar se entender para poder se encaixar. Major trabalha para o Setor 9, que combate o crime,  se colocando em risco e assumindo seu papel de heroína para conseguir capturar um hacker e resolver seus problemas de um cérebro com emoções altamente humanas. “Não somos definidos por nossas lembranças. O que fazemos é o que nos define.” Essa frase é dita em dois momentos do filme e deixa clara a intenção da história. Enquanto isso, Kuzer (interpretado por Michael Pitt, que sempre atua muito bem), o hacker que Major está em busca, comete ataques cibernéticos terroristas, hackeando sistemas e atacando a corporação Hanka, que desenvolve ciborgues no estilo de Major (ela é a primeira nessa condição de corpo robótico x cérebro humano).

O visual do filme é surpreendente, o que me faz reforçar a necessidade de recomendar que é um filme para ser assistido em uma das salas que trazem maior resolução de tela (pode apostar no 3D) e maior potência de som. A trilha sonora me encantou. Em alguns momentos até me lembrou a da série “Hannibal”, que é uma das minhas favoritas. O trabalho que foi feito no visual desse filme deverá colher bons frutos e reconhecimento, porque são inegáveis.

A busca de Major se tornou um filme muito bom e que certamente levará muitas pessoas à procura do anime e do mangá. Eu, inclusive. Fiquei ainda mais interessada quando li que ele foi uma das inspirações das irmãs Wachowski para “Matrix”.

“A Vigilante do Amanhã” estreia hoje, 30/03 e está mais do que recomendado. O combo da pipoca e do refrigerante vale a pena, principalmente por ser um filme de ação, que realmente tem ação. E todo filme do gênero eu acho que necessita de pipoca para relaxar. Filmão. 

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O Poderoso Chefinho


O Poderoso Chefinho

Quem é filho único sabe as vantagens e desvantagens de sua condição. Crescer sendo o centro das atenções é o máximo; ganha um dengo aqui e outro ali, os pais têm mais paciência, não precisa dividir os brinquedos... enfim! Mas a solidão de um filho único também é real. Apesar de achar que nós somos mais criativos por conta disso, eu sempre quis um irmão para ter companhia fora de hora. Meus amigos sempre estavam lá: sexta, depois aula, nos feriados e, é claro, no fim de semana. Mas e aquela brincadeira na segunda, quando volta da aula? Imaginação em ação.

É óbvio que nem todos sentem falta de uma companhia. Eu não sentia o tempo todo, porque sempre estava entretida imaginando mil coisas, mil diálogos entre o Playmobil, construindo projetos fantásticos no LEGO, arrasando com a Barbie, montando um quebra-cabeça ou vendo um desenho. Uma das maiores vantagens de ser filho único, sempre achei, é quando a mãe coloca a gente de castigo: “não vai pro play.” Ok! Filho único não tem problema em ficar só. Acostumado a brincar sempre sozinho, a proibição de ir se divertir com os amigos é chata, mas não é um bicho de sete cabeças.

Em “O Poderoso Chefinho”, Tim é filho único e tem total atenção, amor e cuidado dos pais. Com uma imaginação muito forte, ele tem a companhia fiel dos pais para qualquer situação. Quando indagado sobre o desejo de ter um irmão, ele deixa bem claro que não quer. Porém, o coitado não sabe o que está por vir e fica chocado quando entra pela porta, junto a seus pais, um bebê... de terno e gravata. O mundo do pequeno Tim é virado de cabeça para baixo. O simpático bebê (aparentemente), nada mais é que um executivo, que trabalha para uma fábrica de bebês. Com uma missão a ser cumprida, o bebê faz de tudo para deixar o irmão mais velho fora do seu caminho, inclusive, maltratando o menino. É interessante pensar na premissa apresentada pelo filme. A forma como mostra que o filho único perde seu reinado, como ele se sente e como vê o irmão, enquanto todos babam pela criatura fofinha, que para ele não passa de um estranho que está dominando o lugar que deveria ser só dele.

“O Poderoso Chefinho” diverte com suas cenas engraças e improváveis, principalmente quando se trata de um bebê altamente articulado, inteligente, frio e calculista. Praticamente um vilão de fraldas. E emociona ao mostrar o ponto de vista de uma criança de sete anos que está aprendendo a lidar com aquela situação. Além disso, tem cores bonitas e uma trilha sonora encantadora. A Dreamworks entrega um trabalho cuidadoso e que cumpre o que propõe. Confesso que achei um pouco maldoso colocar uma “guerra” entre bebês e filhotes de cachorro, já que muita gente pensa que para ter bebê precisa se livrar do filho de quatro patas ou que um substitui o outro. Se essa mensagem fica clara no filme para todos, eu não sei. Mas como essa realidade existe é bastante triste, eu descartaria essa briga e colocaria outra situação no lugar. Problematizadora, sim. Se não fosse uma questão tão cruel, eu nem perceberia.

O filme chega aos cinemas hoje, 30 de março e ganha o público pela sua fofura. As partes de família são tão bonitas e emocionantes, que não precisam ser apelativas. Elas emocionam de forma simples, por mostrarem como é importante a presença de algumas pessoas em nossas vidas.

Levante do sofá e leve as crianças para uma animação que vale a pena. Mas explique a elas que cachorrinhos não substituem bebês e nem bebês substituem cachorrinhos. É sempre bom deixar claro isso.

Vale a pipoca, o refrigerante e o lanche famoso com brinde que as crianças tanto gostam.

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Power Rangers: O Filme


Power Rangers: O Filme

“Power Rangers têm a força, Power Rangers são heróis...”

Impossível não lembrar dessa música icônica da dupla Sandy e Junior ao ouvir o nome de uma das séries de mais sucesso da década de 90, que passava na televisão.

Confesso que quando soube que seria lançado um filme dos Power Rangers, eu fiquei com medo. Pensei que ia ser fraco, que não ia fazer sucesso, que seria decepcionante. Quando vi os cartazes e as novas armaduras, mudei de ideia. Achei que o novo estilo, apesar de senti falta daquela roupa de antigamente, ia superar e eu ia gostar muito. Então, eu assisti o trailer e voltei para a ideia do início. Achei o trailer meio parecido com “O Quarteto Fantástico”, que apesar de eu ter gostado, é um filme bem sessão da tarde.

O filme começa já com algo novo; mostra como os Rangers foram formados, como surgiu o querido Zordon, o meteoro que cai na Terra e elimina até os dinossauros e a origem da vilã Rita Repulsa. Depois do estrago, milhões de anos se passam e o longa vem para o período atual, aonde começa a mostrar a história de cada componente do grupo de super-heróis. As atuações dos jovens são bem convincentes, deixando o foco maior para os carismáticos Rangers vermelho e azul. A vilã de Elizabeth Banks é boa. Lembra muito os vilões da época de TV; exagerados. Mas achei isso bom, porque a sensação de nostalgia fica ainda mais forte.

O desenrolar do filme, a princípio, é um pouco lento, mas tem o tempo certo para que a verdadeira ação comece, que é quase no final, então é pouca ação mesmo, infelizmente. Por outro lado, dá para entender se considerarmos que poderá ter mais filmes do grupo. Aqui foi só a introdução, afinal. Alguns momentos são bem apelativos para a emoção, mas como não resisto, me emocionei mesmo e me apaixonei de vez.

A trilha sonora é um tanto quanto fraca, apesar de ter boas músicas repaginadas. O ponto altíssimo é quando se ouve: “go, go, Power Rangers”. A vontade é levantar e lutar junto com os coloridos. Mas ó: se contenha.

Toda a polêmica que teve sobre a Ranger amarela e sua sexualidade está no filme, para matar os caretas de plantão. Entretanto, nada de sete cabeças. Podem ressuscitar. Não há cenas de romance nem heterossexual, nem homossexual, apenas a citação de possíveis namoradas para Trini. Não precisam tapar os olhos das crianças. Power Rangers é de “família”. Mas se tiver continuação, espero que os pilares da família tradicional sejam abalados. Revolução, minha gente!

Li que Dean Israelite, diretor competente, disse que estão previstos seis filmes. Espero que seja verdade e que o segundo seja ainda melhor, com mais ação e mais aprofundamento nas vidas pessoais dos heróis.

É com muita satisfação que recomendo a todos esse filme. Seja da minha geração ou da geração anterior ou da nova geração, “Power Ranges: O Filme” vale a pena ser visto, porque esses heróis estiveram com tantas crianças, na hora do almoço, todos os dias, que é como se fizessem parte da família. Se não fazem da família, fazem da história de cada um que se sentava na frente da TV para ver Zordon, vê eles morfando, torcer para que os Rangers se unissem e formassem o poderoso Megazord.

Eles são inesquecíveis! 

“Power Rangers: O Filme” estreia hoje, 23 de março e é o melhor filme para iniciar o fim de semana. Vale o ingresso, a combo gigante de pipoca, com refrigerante grande, o chocolate, a camisa daquela loja de departamento famosa, a nostalgia, as lembranças e o arrepio na hora da musiquinha.

AMEI. 

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T2: Trainspotting


T2: Trainspotting

“Você está aqui pela nostalgia.”

Como não?! Depois de anos, Danny Boyle resolveu matar a saudade dos fãs dos quatro amigos viciados em drogas e trouxe uma atmosfera de amadurecimento, mas sem perder a insanidade da juventude. O filme anterior acaba com Renton (McGregor) fugindo com as 16 mil libras, que ele seus amigos roubaram. Ele passa a perna em todos, exceto em Sput (Bremner), o único para qual ele deixa uma parte do dinheiro roubado.

Baseado no livro “Porno”, de Welsh, lançado em 2002, “T2” mostra o retorno de Renton à Escócia, depois de 20 anos morando em Amsterdã e o seu reencontro com os amigos do passado. A forma como eles vivem com suas frustrações, como a vida seguiu para cada um e suas mágoas que ficaram em espera para serem passadas a limpo são desenvolvidas ao longo do filme, sem deixar nenhum ponto sem nó.

A maneira como os personagens são reapresentados nesse segundo filme, é fantástica. Principalmente, Sput. O personagem que tem as características mais bobas, acaba se tornando um dos grandes nomes entre os amigos, levando para dentro do longa, histórias marcantes do passado desses rapazes perdidos. O que ajuda muito a quem não assistiu ao primeiro a se localizar.

“T2” tem uma leveza que o primeiro filme não tem. É como se o “pior” já tivesse passado e agora fosse o reflexo daquilo que foi vivido inconsequentemente. Renton continua sendo o personagem de onde partem as histórias de todos, mas com uma narração menos ativa, se comparado ao primeiro.

Esse filme talvez não faça tanto sucesso entre a nova geração, principalmente a que não viveu na década de no 90 e não entende essa fascinação cultural pelas drogas da época, mas agrada por ser tão bem dirigido, escrito e filmado. É mais um capítulo na vida de Renton, Sput, Sick Boy e Begbie. É bom citar também a trilha sonora, que está impecável.

Danny Boyle acertou, mais uma vez, ao levar aos cinemas uma história. Dessa vez, com mais foco na vida, memórias e amizade e menos no vício. Um filme para deixar qualquer fã agradecido por esse aperto nostálgico que bate ao se deparar com uma Escócia mais evoluída e com os rostos, um pouco mais envelhecidos, mas já conhecidos.

“T2” estreia hoje, 23 de março. Vale o ingresso e o combo de pipoca!

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Fragmentado


Fragmentado

M. Night Shyamalan tem filmes amados e odiados em sua filmografia, o que é normal até aí. “O Sexto Sentido”, por exemplo, tem um plot twist que sempre é citado como um dos melhores da história do cinema. Não é para menos. O filme surpreende mesmo. Logo depois, ele dirigiu “Corpo Fechado”. Apesar de não ter assistido, vi que teve uma boa aceitação. Também teve “Sinais” e “A Vila”, que ajudaram a aumentar o fã clube do diretor. Depois, sua carreira se perdeu um pouco com alguns filmes que tiveram uma péssima recepção, como “A Dama na Água” e “O Último Mestre do Ar”. Ele continuou fazendo alguns filmes que não emplacaram, mas retornou com “A Visita”, ficando por cima e agora com “Fragmentado”.

O novo longa de Shyamalan apresenta Kevin, um cara que tem 23 personalidades distintas, que podem emergir a qualquer momento. Ele sequestra três adolescentes em um estacionamento. O motivo do sequestro, a princípio, é complicado de dizer. Enquanto mantém as garotas em cativeiro, suas personalidades vão sendo apresentadas e causando estranhamento para as vítimas. O ponto em comum entre todas essas personalidades, é que todas têm conhecimento sobre “a Fera”.  Acompanhando a insanidade, até então controlada, de Kevin, tem a Dra. Fletcher, uma psiquiatra que tenta tratar seus pacientes da melhor forma possível, ajudando e encorajando eles a viverem suas vidas de forma normal. Ela acredita que, de certa forma, eles são especiais.

O clima do filme é tenso o tempo todo. Um dos maiores motivos, é porque não tem como saber o que esperar de Kevin. Quando a porta do quarto, aonde as adolescentes estão, abre, é impossível saber quem vai passar por ali. Quando ele está em consulta com Dra. Fletcher, há uma preocupação angustiante do que pode sair dali. A trilha sonora casa perfeitamente bem com a ambientação. E há um jogo de câmera fantástico. “Fragmentado” começa lento e continua nesse ritmo quase até o final, mas sem parar de surpreender e de atiçar a curiosidade de quem está assistindo.

Desviando do spoiler, mas dando uma dica, o final chega com uma grande referência ao filme “Corpo Fechado”. É como se houvesse dois finais: um para quem não assistiu e o outro para quem assistiu. Porque o que acontece, que faz a ligação entre os filmes, obviamente, só vai entender quem já viu o filme de Bruce Willis. No entanto, não precisa se preocupar. Eu, que ainda não vi o filme anterior, captei o que pude. Quero assistir agora para entender os segundos finais e me preparar para o próximo filme. Como não entendi o finalzinho, conversando com outras pessoas, descobri que a pretensão de Shyamalan é fazer uma trilogia. Mas a trilogia não é contínua, apesar de um filme se ligar com outro. Muito mais por causa do tema, do que pela história em si.

E, antes de encerrar a crítica, preciso falar sobre as atuações de James McAvoy e Anya Taylor-Joy; os dois estão impecáveis. James então, sem se fala. Ele consegue construir diversos personagens, inclusive, vários em uma cena só, sem deixar uma atuação apelativa e caricata. Ele é PERFEITO. O garotinho de 9 anos, que ele interpreta, Hedwig, é um dos personagens mais cativantes que o filme apresenta. Casey, personagem de Anya, tem uma intensidade que coube muito bem a ela. Eu não consigo pensar em mais ninguém no lugar dos dois, que faria tão bem assim.

M. Night Shyamalan está de volta e pelo visto voltou com sede de ficar por cima, porque ele, realmente, não brincou em serviço. O longa tem aproximadamente duas horas e nessas duas horas você estará ligado em tudo. Não vai nem piscar.

“Fragmentado” estreia hoje, 23 de março, e vale o ingresso, os dois sacos de pipoca que você vai querer ter na mão para mastigar de nervoso, o refrigerante, os olhos arregalados e a tensão. Se você soltar algum xingamento em voz alta, na sala de cinema, não precisa se preocupar, é compreensível.

GENIAL!

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Entrevista com Andrea Killmore

“TUDO É VERDADEIRO DENTRO DE MIM.
TUDO É FICÇÃO FORA DE MIM.”

Desde o momento em que Bom Dia, Verônica foi revelado, muitos se perguntaram quem é Andrea Killmore, a mulher que demonstrou um imenso talento para prender os leitores do começo ao fim em sua impressionante obra. Protegida sob um pseudônimo depois de sofrer uma grande perda pessoal, ela se entregou à literatura e foi recebida de braços abertos pelos darksiders.


A Caveirinha recebeu inúmeras perguntas de parceiros, livreiros e leitores sedentos por mais informações sobre a autora e ela dedicou algum tempo para responder a todos com muito carinho, agradecendo principalmente a quem mergulhou de cabeça com ela e com a Verônica.


UMA CONVERSA COM ANDREA KILLMORE

Andrea Killmore é claramente um pseudônimo. Por que você se esconde atrás de um personagem fictício?
R. Eu não me escondo; me protejo.

O que aconteceu com você para que hoje precise viver no anonimato?
R. Se eu contar, o anonimato acaba. Na época, foi público e notório. E foi suficiente para que essa decisão fosse tomada. Esta é a minha chance de começar de novo, do zero, como uma página em branco. E eu a agarrei com todas as forças.

Por que você decidiu escrever essa história? Qual a função da literatura na sua vida hoje?
R. Sou uma pessoa muito fechada e vivo sozinha. Minhas companhias são as leituras, os filmes e as séries. Evito ficar na internet. Escrever veio de forma natural, começou como passatempo. Hoje em dia, é libertador. A literatura permite que eu decida o final da história, o que já faz toda a diferença. Além disso, me ajuda a refletir sobre as escolhas que fiz na vida. Só quem não viveu o pior julga rápido demais.

A protagonista Verônica é uma mulher. O que vocês têm em comum? Ela seria seu alter ego?
R. Temos muito em comum, mas somos muitas mulheres representadas em Verônica. Mulheres batalhadoras, de carne e osso, precisando se equilibrar entre a luta diária para vencer na vida e os quilinhos a mais na balança. Verônica sou eu, mas também é uma parte de todas as mulheres que conheço. Cada uma que se encontre ali, no melhor e no pior.

Você pode nos contar o que tem de verdadeiro na história?
R. Tudo é verdadeiro dentro de mim. Tudo é ficção fora de mim. Por enquanto, essa resposta deve bastar.

O que você pretende transformando em livro uma história que pode colocar sua vida em risco?
R. Aprendi a viver com o risco, escrevendo ou não. O risco nunca vai passar, ele existe de qualquer maneira. Escrever me resgata do sofrimento; enfrentar o medo me fortalece. A ideia de Bom Dia, Verônica sempre esteve comigo. A claustrofobia da Caixa, o modus operandi do serial killer, os dramas de mulheres como Marta e Janete... Eu as invento, e assim me reinvento a cada passo delas.

Como você chegou até a editora DarkSide Books e como os convenceu a editar seu livro?
R. Ganhei um livro da DarkSide de um dos raros amigos com quem mantenho contato e me apaixonei pela editora. Escrevi Bom dia, Verônica em dez meses e precisei de mais um tempo para ter certeza de que queria mesmo que o livro chegasse ao mundo. Eu precisava me manter em segredo e sabia que muitas casas editoriais não poderiam me oferecer o anonimato. A maioria das editoras trabalha com o marketing ostensivo da imagem do autor, essa é a verdade.
Decidi arriscar. Pedi que meu advogado enviasse um e-mail a DarkSide com o arquivo de Word em anexo e explicasse minha situação. Meses depois, eles retornaram com um “sim”. Vieram com poucas perguntas e muitas respostas, o que é melhor do que o contrário, e aceitaram minhas limitações. Segundo meu advogado, o único que mantém contato direto com eles, meus editores são meninos discretos e eficientes, apaixonados pela história de Bom Dia, Verônica. Eles colocaram meu livro nas mãos de pessoas como Glória Perez, Ilana Casoy e Paulo Lins. Como vocês devem imaginar, estou bem feliz.


Quais são suas maiores influências?
R. Atualmente, passo boa parte do meu dia assistindo a seriados policiais. Adorei True Detective, The Fall, Hannibal e Breaking Bad. Já era fã de todos os Law and Order e dos antigos e famosos detetives da TV, como o Columbo e Kojak. Leio muitos autores de mistério também. Adoro Gillian Flynn, Agatha Christie, Allan Poe, os livros do Michael Connelly, do Jeffery Deaver, que escreveu O Colecionador de Ossos, e do Thomas Harris, criador do Hannibal Lecter... No Brasil, adoro o Rubem Fonseca. Bebo muito da ficção, mas minha maior influência é a vida real.

Quem você gostaria de ter prendido e não prendeu?
R. Eu adoraria ter trabalhado com as equipes policiais da Lava Jato. As primeiras, que descobriram o fio da meada.

Do que você se arrepende?
R. São tantas coisas que não caberiam em um só livro. Mas a mágoa é a marcha-ré da vida, então...

Por que você escolheu um pseudônimo americano?
R. Porque o pseudônimo já diz tudo. É um prenome masculino e feminino, mostrando os dois lados de todos nós, e um sobrenome que diz a que veio. Simples assim.

Bom Dia, Verônica acaba, mas não termina. E você, vai continuar?
R. Já tenho tudo na minha cabeça. É só a DarkSide me chamar!

Quando você escreve um capitulo cruel como tantos nesse livro, isso não te deprime?
R. Na ficção tudo é permitido e na literatura o mal e o bem não existem. Existem boas ou más histórias, só isso.

O que você responderia para quem te acusa de estar fazendo uma jogada de marketing se escondendo?
R. Eu ofereceria um passeio pelo meu passado, se isso fosse possível.


SOBRE A AUTORA:

Andrea Killmore faz sua estreia com um livro que está destinado a se tornar uma referência na literatura policial brasileira. Amiga íntima do perigo, ela é uma revelação que não pode ser revelada, e seu verdadeiro nome continua um mistério. Em outra vida, ela foi alguém importante dentro da polícia. Após trabalhar infiltrada em um caso e sofrer uma grande perda pessoal, viu-se obrigada a assumir uma nova identidade. E com ela, uma nova vocação.

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Bom Dia, Verônica

Quanto menos você souber sobre Andrea Killmore, menos risco vai correr. Amiga íntima do perigo, a nova autora da DarkSide® Books é uma revelação que não pode se revelar, e seu verdadeiro nome continua um mistério até para a editora. Em outra vida, ela foi alguém importante dentro da polícia. Após trabalhar infiltrada em um caso e sofrer uma grande perda pessoal, a autora se viu obrigada a assumir uma nova identidade. E com ela, uma nova vocação. Escondida nas sombras, buscou na literatura a saída para vencer a depressão e não calar sua voz.


ASSIM NASCEU ANDREA KILLMORE

PSEUDÔNIMO BATIZADO COM SANGUE


Desde o primeiro e-mail à DarkSide® Books, quando enviou o original de seu romance de estreia, BOM DIA, VERÔNICA, a autora deixou clara a importância de seu anonimato. Todo o contato dos editores com ela é feito através de um advogado. Por questões de segurança, seu estilo de vida é extremamente reservado e não lhe permite conceder entrevistas ou participar de eventos públicos.

O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER?

Que, seja ela quem for, Killmore é uma autora de primeira. Ela escreve thrillers como os grandes mestres, e sua experiência de vida confere uma autenticidade que poucas vezes encontramos em suspenses policiais. A escritora conheceu de perto a verdadeira face do mal. Mesmo com tantos mistérios, sua literatura é vibrante e cruel — como a realidade.


“Se você pensa que ao ler Andrea Killmore vai resolver mistérios,
prepare-se: você vai colecioná-los!”
- GLORIA PEREZ, escritora e novelista -

"Andrea Killmore sabe como pode ser
perturbador mergulhar na mente de um assassino."
- ILANA CASOY, Criminóloga e especialista em Serial Killers -

“Um romance policial autenticamente brasileiro que o mundo
inteiro precisa conhecer.”
- PAULO LINS, autor de Cidade de Deus -

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La Vingança


La Vingança

Os homens não crescem. As mulheres apostam no amor. Pelé é melhor que Maradona.

Assim começa a divertida comédia meio brasileira, meio argentina, do diretor estreante Fernando Fraiha (produtor de ‘Reza a Lenda’ e ‘TOC’).

Quando Caco (Felipe Rocha) decide ir atrás de sua namorada Julia (Leandra Leal) para tomar um passo importante em sua vida, acaba flagrando a namorada em um “momento íntimo”, digamos assim, mas tenho certeza de que você entendeu, com o renomado chef argentino: Facundo (Adrian Navarro).

Arrasado, Caco conta com o apoio de seu amigo Vadão (Daniel Furlan), que tem a fabulosa ideia de se vingar dos argentinos, tramando uma viagem para que o seu amigo corno supere o trauma de ser corno de uma maneira bem adulta: pegando todas as mulheres que encontrarem na Argentina. Bem coisa de corno.

Machista! Talvez muitos pensem isso. Mas sabemos que a coisa funciona mais ou menos assim mesmo. A personagem de Leandra Leal (maravilhosa como sempre, mesmo não aparecendo tanto como eu gostaria) fica com o papel de vilã, a megera que partiu o coração do pobre rapaz apaixonado. E tudo que ele passará no filme é culpa dela. Afinal, se ela não tivesse desfrutado da culinária argentina, o moço (corno) não estaria na estrada para se reestabelecer emocionalmente.

Com uma estrada longa até a Argentina, “La Vingança” é um road movie divertido, que arranca risadas fáceis de situações inusitadas e clichês, que já estamos acostumados a enfrentar, pelo menos, a cada vez que tem um jogo de brasileiros contra os hermanos. Uma das coisas mais fantásticas é você perceber a ironia do físico dos “caras” que querem pegar todas as argentinas e do argentino que pega a mulher deles. (Argentina na frente.)

Além disso, destaque para Daniel Furlan, que me fez rir, mais uma vez, com suas caras e performance, sem precisar de muita caricatura. Ele é carismático de um jeito que não dá para explicar, mesmo num personagem machista e sem noção. De contraponto, o personagem de Felipe Rocha parece ser aquele cara que sabe que não tem muito a receber da vida, o verdadeiro loser. Então, com um pouco dos dois, “La Vingança” encontra o tom certo para não ser apelativo demais ou chato demais. A amizade dos dois é divertida e merece um destaque na trama, de um cada aceitando o outro como é. (Pode acontecer um desentendimento aqui e outro ali, mas que amizade não tem disso?)

Comédia despretensiosa, sem noção, divertida e cheia de aventuras inesperadas (bem loucas mesmo) e com um final merecido. A vontade, após assistir ao filme, é colocar o pé na estrada e ir conhecer o que a Argentina tem de melhor. Não disse o que.

“La Vingança” estreia hoje, 16/03 e vale a pena as pipoquinhas presas na garganta na hora da risada, o refrigerante para ajudar a não engasgar e, é claro, o ingresso.

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Kong: A Ilha da Caveira


Kong – A Ilha da Caveira

Todo mundo conhece aquele macacão, que sobe no Empire State, bate no peito, dá aquele grito (é grito, gente?) e curte a mocinha do filme. Ele não é mau, mas ele precisa se defender dos malvados, que no caso, são os seres humanos (sempre eles).

Depois do remake de Peter Jackson, em 2005, com a maravilhosa Naomi Watts e Jack Black, o lendário King Kong volta às telonas em um dos melhores filmes que tive o prazer de assistir esse ano. “Kong – A Ilha da Caveira” chega num ritmo frenético. O filme, simplesmente, não para. O início é aquela velha explicação do motivo de irem para a Ilha, mas quando chegam lá...

Vamos ao motivo: uns pesquisadores, que trabalham para o governo, se juntam aos militares e vão para a Ilha da Caveira desvendar alguns mitos para provar que “monstros” existem. A maioria ali não sabe que essa é a real intenção dessa aventura. Além dos militares, que estão sob o comando de Packard, personagem do sempre fantástico Samuel L. Jackson, quem embarca nessa aventura é a fotógrafa “anti-guerra” Mason Weaver, interpretada pela minha ídola do momento Brie Larson e pelo mercenário James Conrad, interpretado pelo genial Tom Hiddleston, ídolo nórdico.

O primeiro disparar de agonia é quando eles estão em alto mar, prontos para seguir de helicóptero para ilha e tem uma tempestade forte, como se fosse um muro impedindo de ver TOTALMENTE o outro lado. Miséria pouca é bobagem, eles estão acostumados a coisas piores e passam por aquela “garoa” com um pouco de medo, mas sem muita preocupação. Do outro lado, é o verdadeiro paraíso. Um lugar inexplorado, paradisíaco, um rock’n’roll tomando conta dos céus da ilha e aí... tudo começa de vez. Há um gorila logo ali, do tamanho de... eu não sou boa comparando coisas, mas ele é do tamanho de montanhas, como os Dois Irmãos do Rio, por exemplo.

O gorila pega os helicópteros como a gente pega uma bala 7 Bello. Metade da equipe morre ali e Packard fica extremamente revoltado, tramando vingança contra o primata. O que me fez odiar ele, obviamente. Ninguém mexe com os animais na minha frente, mesmo que seja um animal fora do padrão. Evidentemente, quando os helicópteros são abatidos, os grupos se perdem e cada um vai para um canto da ilha. Eles tentam se comunicar, mas o sinal dos rádios está ruim e se comunicar através de sinalizadores até dá certo, mas atrai muita coisa ruim. Resumindo: é um monte de situação ruim, gerando situação ruim. Captou?

O filme é como Kong: gigante. Cheio de aventuras, ação, muito efeito especial, uma trilha sonora de arrepiar, fotografia deslumbrante e um 3D que realmente vale a pena. O tipo de filme que você TEM que ver no cinema. Em casa vale? Claro. Eu já quero assistir de novo. É diversão, gente. Mas para quem quer a diversão com uma qualidade impecável, eu repito: TEM que ver no cinema.
Apesar de ser uma história sem grandes novidades, o filme do macaco soa mais como uma introdução ao que está por vir: o encontro dos gigantes “Godzilla x Kong”.

Como não assisti (ainda) ao novo Godzilla, prestei atenção nas queixas dos meus colegas de cabine, que disseram que o monstro quase não aparece em seu filme (eu não entendo alguns diretores, sinceramente). Se você estiver com medo disso acontecer com Kong, não se preocupe: o macacão é protagonista do seu filme e faz jus ao mito que é criado em cima dele. O lagarto inimigo e todos os outros bichos gigantes que habitam a floresta são visualmente incríveis, convincentes e, algumas vezes, bem nojentos. Observe a aranha e entenderá.

É bom observar também como esse King Kong anda. Apesar de ser um primata, ele tem uma estrutura bem humana, até no seu modo de andar. Acho que isso é mais assustador ainda.

Queria mais de Brie e Tom, mas eles são tão fantásticos, que as cenas em que aparecem já dá para ovacionar. Queria mais interação de Brie com Kong, também. Mas a cena em que eles interagem, não vou mentir... suei pelos olhos.

“Kong – A Ilha da Caveira” estreia hoje, 09/03 e eu não recomendaria nenhum outro filme que está em cartaz, além dele. Vale a pipoca? Sim. O combro grande. Com refrigerante grande. Chocolate grande. Balas grandes. Enfim... tudo proporcional a um dos gorilas mais amados da história do cinema.


Jordan Vogt-Roberts fez um filme SENSACIONAL!

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A Guerra que Salvou a Minha Vida



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Logan


LOGAN (Logan, EUA, 2017)

Aviso aos internautas: NÃO ME JULGUEM!!! Dito isso, continuemos na paz de Shiva... Ao ver pela primeira vez o trailer de Logan, achei bem mais ou menos, mas como a franquia em si não é lá essas maravilhas toda, achei compatível. Segue o tempo, outro trailer, um pouco melhor mas ainda assim não me convenceu. Vamos lá, sem muitas expectativas, chegou o dia de conferir o terceiro filme da trilogia mais fraca da Marvel e eis que não decepciona... Logan, assim como os anteriores é tão fraquinho quanto. Não é um filme ruim, maaaaaaaas também não é maravilhoso, apenas é. Um filme quase esquecível, infelizmente, como os outros dois precedentes. Um filme que se leva a sério demais, se fosse para ver drama eu teria visto Manchester à Beira Mar.

O filme se passa num futuro um tanto quanto distante, com Logan bastante envelhecido, quase alcoólatra, sobrevivendo como motorista de limusine, se escondendo do seu passado e tudo que possa expô-lo aos dias de guerra como mutante. O único vínculo com seu passado é professor Xavier, que está quase demente pela idade, em uso de medicação constante para que seu super cérebro não entre em colapso e destrua tudo. Logan e Xavier vivem praticamente num bunker, longe de tudo e todos, contando apenas com a ajuda de Caliban, um mutante farejador. Num dia totalmente “randon", Logan é procurado por uma mulher que deseja ser levada junto com Laura, uma criança, para a fronteira, em busca de proteção. E ai começa a bagaça toda porque Laura não é uma criança comum, ela tem as mesmas mutações de Logan, com um tantinho mais de violência (sim, isso é possível). E, claro que, como todo mutante, Laura está sendo procurada por um grupo de empresários e mercenários. Sendo essa a premissa do filme todo, mas tudo fica bem explicadinho, bem redondinho e linear.

O ruim do filme é que ele não acontece, quando você acha que a cena vai engrenar e vai ter aquele clímax, a cena simplesmente corta e muda o foco. Não existe um ápice, é o tempo todo o mesmo ritmo, começo, meio e fim, sem nenhum auge. Conta uma história de forma exemplar, origem, desenvolvimento e fim, mas não me ganhou, porque simplesmente não tem nada de mais. O genial do filme é a garotinha Laura, essa sim dá um show de tudo que é lado e leva o filme nas costas. Definitivamente o filme não deveria se chamar Logan e sim Laura: o início!!!  Eu gosto de personagem Wolverine nos filmes X-Men, porque nos filmes solos parece novelão mexicano. Fui ver um filme de herói e me deparei com um dramão. Mas como eu disse: não é um filme ruim, mas como herói deixa a desejar. A história é linear e tem um fim redondinho, conseguindo fechar a trilogia, deixando gancho para mais filmes. Ouvi muitos dizendo que é um filme corajoso, maaaaaaaas sinceramente?? Não, não é, porque os acontecimentos não interferem em nada no espaço-tempo do universo que não tem uma linha do tempo unidimensional. Logan, assim como X-Men Origens: Wolverine e Wolverine: Imortal é simplesmente fraco. NÃO ME JULGUEM!!!!

Crítica feita pela colaboradora Amanda Oliveira.

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