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Alice Dramática

Alice Dramática

Tenho um gosto cinematográfico diversificado, mas apesar de ter uma inclinação maior para thrillers, eu sou uma romântica incorrigível. Culpo meu signo, “Peixes”, porque graças a Deus, posso fazer isso: “romântica e sensível” são adjetivos que sempre estão no perfil dos “peixinhos”. Mesmo me fazendo de durona (ninguém acreditaria na sensibilidade não fosse o tal do zodíaco), me entrego de corpo e alma ao romance e drama dos cinemas. Choro, sofro, torço… eu entro na história, porque se não for para ser assim, nem dou o “play”.
Dentro de todo o catálogo dramático que temos disponível, escolhi cinco filmes que me fazem secar as glândulas lacrimais. Eu poderia citar cinco filmes de Nicholas Sparks (só coloquei um), rei do sofrimento, mas fiz uma seleção afinada e garanto que uma maratona num domingo de frio, embaixo das cobertas, com uma xícara de café na mão e um donout na outra, seu coração não será mais o mesmo; seu mapa astral desenvolverá uma participação especial da constelação pisciana.
  1. Cidade dos Anjos (1997)
Direção: Brad Silberling
Elenco: Meg Ryan e Nicolas Cage
Sinopse: A história é simples… um anjo (Nicolas Cage), toma conta de Los Angeles (rá!) e se apaixona por uma cirurgiã (Meg Ryan), que acaba de perder um paciente.
Motivo do choro: A gente começa chorando de saudade da época que Nicolas Cage e Meg Ryan eram fantásticos. Falando sério… além da trilha musical LINDA (Alanis Morissette, U2, Goo Goo Dolls, Sarah McLachlan, Peter Gabriel…), ver um anjo dividido entre seu trabalho, que é cuidar das pessoas e um grande amor, não é nada fácil. Ainda mais, por ser o famoso primeiro amor. A narrativa é construída de forma emocionante, sem ser cansativa, ela prende. O filme tem sensibilidade, as cenas são bonitas e o detalhe do divino versus homem é tocante. É um tanto filosófico, bate a famigerada “bad”. Não quero entrar em mais detalhes, porque sinto que vou chorar ou falar algum spoiler, portanto, só vou recomendar uma coisa: encha a bacia de pipoca e separe uma caixa de lenços. Se estiver vivendo algum conflito amoroso, deixa a bateria do celular descarregada.
Curiosidade: Soube, há pouco tempo, que é remake de um filme alemão chamado “Asas do Desejo”, do diretor Wim Wenders (diretor do documentário “O Sal da Terra”, com Juliano salgado, que ganhou o Oscar de Melhor Documentário em 2015, sobre o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado). Não assisti, mas pretendo.

  1. Doce Novembro (2001)
Direção: Pat O’Connor
Elenco: Charlize Theron e Keanu Reeves
Sinopse: Uma mulher (Charlize Theron) convence a um homem sem tempo para nada (Keanu Reeves) a passar um mês com ela e descobrir que a vida é muito mais do que só trabalhar.
Motivo do choro: Tem Enya na trilha, já sabe, né? Feito para chorar. É clichê? É! Mas tem seu diferencial, que é uma história que tem prazo para acabar. Charlize e Keanu têm sintonia e isso ajuda o público a se envolver ainda mais com os personagens. Os diálogos são bem construídos e as histórias de vida de Sara e Nelson são as mais improváveis de se cruzarem. O improvável sempre nos arrebata, né?! O filme é doce, como diz o título, tem um cenário lindo e atuações que emocionam, porque o roteiro é perfeito. O início do filme é MUITO BOM. É uma das minhas partes favoritas.
Curiosidade: Também descobri que esse filme maravilhoso é remake.  O original, que também se chama “Sweet November”, é de 1968, dirigido por Robert Ellis Miller.

  1. À Primeira Vista (1999)
Direção: Irwin Winkler
Elenco: Mira Sorvino e Val Kilmer
Sinopse: Um homem (Val Kilmer), que ficou cego em um acidente na infância, se envolve com uma mulher (Mira Sorvino) e descobre a possibilidade de enxergar novamente.
Motivo do choro: Olhar o rostinho de galã de Val Kilmer. O filme é sensorial. Ele mostra para gente todos os sentidos e a vida de uma pessoa cega. A possibilidade de voltar enxergar, deve ser uma dádiva, principalmente, a chance de ver o rosto da pessoa que se ama. As descobertas de Virgil (Val Kilmer), como um homem que enxerga, é emocionante, porque não fazemos ideia da grandeza que temos, que é ver o mundo ao nosso redor. “À Primeira Vista” também nos mostra como o amor é transformador e que para ele sobreviver, o altruísmo tem que vir antes de qualquer coisa.
Curiosidade: O filme é baseado em fatos reais. A história é de Shirl Jennings, que serviu como base para o ensaio “Para Ver e Não Ver”, do neurologista Oliver Sacks.

  1. Diário de Uma Paixão (2004)
Direção: Nick Cassavetes
Elenco: Rachel McAdams e Ryan Gosling
Sinopse: Um senhor vai, todos os dias, a um asilo para ler uma história para uma senhora, que tem um grave problema de memória.
Motivo do choro: Allie (Rachel McAdams) e Noah (Ryan Gosling) se conhecem num parque, na década de 40 e se apaixonam. Ele pobre, ela de uma família rica e preconceituosa, precisam enfrentar a tal família, a guerra e os gênios fortes para conseguirem viver a paixão. A fotografia do filme é um presente para o espectador. Os diálogos são aqueles que você quer colocar no Facebook, na legenda com mozão. Rachel e Ryan são lindos juntos. Fora isso, posso dizer: Nicholas Sparks e isso dispensa mais comentários, porque qualquer coisa é spoiler.
Curiosidade: Rachel e Ryan não se suportavam. Durante as filmagens, Ryan chegou a pedir para o diretor trocar a atriz, porque “não estava suportando”. O diretor reuniu os dois e um produtor e se reuniram numa sala, onde um começou a gritar com o outro. A partir daí, as coisas fluíram, a química dos dois no filme é de outro mundo. Não é à toa, que pouco tempo depois, eles começaram a namorar e o relacionamento durou quatro anos.

  1. Encontro Marcado (1998)
Direção: Martin Brest
Elenco: Claire Forlani, Brad Pitt e Anthony Hopkins
Sinopse: A Morte (Brad Pitt) precisa levar dessa para melhor um milionário (Anthony Hopkins). Porém, a dona da foice está interessada nos hábitos humanos e faz um trato com a sua vítima: se ele lhe ensinar sobre os costumes dos homens, poderá ficar mais tempo nesse plano.
Motivo do choro: A Morte se apaixona pela filha do milionário (Claire Forlani). Isso parece um spoiler brutal, mas não se assuste, já que o filme tem três horas de duração e muita coisa acontece. É um roteiro que não tem pressa, então não espere por um filme corrido. “Encontro Marcado” é rico por seus detalhes, pelas descobertas da Morte sobre o que é a vida, pela descoberta das diversas formas de amor, sobre despedida e encontros. A Morte é perspicaz, mas ao se apaixonar é como qualquer outra pessoa. A cena de diálogo da Morte com uma senhora no hospital é incrível. “Encontro Marcado” é um dos meus filmes favoritos. Deixei por último para encerrar com chave de ouro. Atenção para a trilha sonora, que é fantástica! Um dos meus maiores desejos é achar esse CD.
Curiosidade: Também é um remake! O original se chama “Death Takes a Holiday”, de 1934, dirigido por Mitchell Leisen. Já foi refilmado para a TV, em 71. É baseado na peça “La Morte Va In Vacanza” do italiano Alberto Casella.
Publicado originalmente aqui.

Blade Runner 2049


Blade Runner 2049

Pode-se dizer que esse, também, é um dos filmes mais aguardados do ano. Após 35 anos do lançamento de “Blade Runner, o Caçador de Androides”, dirigido por Ridley Scott com roteiro de Hampton Fancher e David Webb Peoples, “Blade Runner 2049” traz novamente às telonas aquele futuro distópico. Dessa vez com um cenário muito mais verticalizado, muita chuva, devastação e poeira, com acontecimentos em consequência do que aconteceu no primeiro. Entre o primeiro filme e sua continuação, também são pouco mais de 30 anos de diferença. Por mais que seja explicado o que aconteceu, recomendo que antes de encarar o filme de Denis Villeneuve (A Chegada), você assista primeiramente ao de Ridley Scott.

Após a falência da Corporação Tyrell, seus espólios foram adquiridos pela empresa do estranho e enigmático Niander Wallace (Jared Leto), que é responsável pela criação de novos androides. K (Ryan Gosling) é o novo Blade Runner, ou seja: é o responsável por capturar os replicantes que vivem fora do programado, assim como Rick Deckard (Harrison Ford) no primeiro filme. A missão que inicia o longa, é K indo atrás de um replicante (Dave Bautista). A partir daí o conflito começa. Entenda por conflito algo maior do que uma luta ou uma simples tensão. Não vou detalhar para que você tenha surpresas, assim como eu tive, do início ao fim do filme. Contudo, aviso: é um filme feito para pensar. Se você tentar encarar “Blade Runner 2049” como puro entretenimento, certamente se decepcionará. Se levar o filme à sua proposta, sairá surpreendido e cheio de questões filosóficas correndo em suas veias.

As quase três horas de filme trazem um suspense, que envolve todos os novos personagens que surgem e personagens do primeiro, daí a recomendação de que assista o anterior. Não há personagem que sobre na história, são todos muito bem encaixados na trama e que levantam questões como a existência dos androides entre humanos, o que os diferencia, memórias vividas e criadas, sentimentos, emoções, criação e perpetuação da espécie.

A trilha sonora é fiel a do primeiro filme, dando a boa sensação de continuidade. A fotografia também, apesar de pequenas diferenças, o que é normal, pois passaram-se anos. Os neons do primeiro longa sumiram, mas os hologramas continuam firmes, incendiando a cidade com suas propagandas gigantescas.

As atuações femininas também merecem destaque. Principalmente a de Ana de Armas, que interpreta Joi, uma inteligência artificial, limitada a o ambiente ou a um aparelho. Ela vive um triângulo com os personagens de Ryan e Mackenzie Daves, essa também está muito bem. Esse triângulo me lembrou uma cena de “Her” e me fez pensar bastante que é uma possibilidade de relação futura e isso me incomodou. A verdade é que o filme em si causa um grande incômodo, a partir do momento que você para e reflete sobre. As tais questões filosóficas, que citei anteriormente.

Outra personagem intrigante e completamente necessária é Luv, interpretada lindamente por Sylvia Hoeks. Ela trabalha com Wallace e aparece em diversos momentos com mais situações a se pensar. Robin Wright também está no filme como chefe de K e eu não poderia deixar de citá-la. Mesmo em uma breve participação, ela é fantástica.

O fato é que Denis Villeneuve, mais uma vez, acertou em cheio a sua direção. O mundo criado por Ridley Scott há anos, segue firme e grandioso. O roteiro de Michael Green com Hampton Fancher deu certo! Cada questão levantada, as vezes em algumas cenas longas ou num ritmo mais lento está no contexto. Quando parei para pensar se daria para diminuí-las, cheguei à conclusão de que não daria e não seria necessário. É o tempo certo para formar a concepção do que está sendo apresentado. O filme é bom desse jeito. “Blade Runner 2049” é uma das continuações mais bem sucedidas do cinema. Hollywood, que peca em grande parte de suas sequências, arrepiando o couro cabelo de todos quando anuncia “um novo filme da série x”, surpreendeu.

“Blade Runner 2049” estreia hoje, 5 de outubro, merece ser visto numa tela gigante de cinema, pelo menos uma vez. Digno do ingresso, do combo da pipoca, você vai ter o prazer de assistir a um dos melhores filmes do ano. Me arrisco a dizer, inclusive, que é melhor do que o primeiro. Excelente!  

La La Land - Cantando Estações



La La Land – Cantando Estações

2017 começou com o cinema trazendo um filme apaixonante: “La La Land – Cantando Estações” é um dos musicais mais gostosos que pude assistir, na vida. O filme já começa com uma cena maravilhosa, no trânsito. Muita gente cantando, dançando... e um sentimento bom toma conta de quem está assistindo. Acho que esse é o maior poder dos musicais.

Sebastian (Ryan Gosling) é um rapaz apaixonado por jazz, que sonha em abrir seu próprio bar, no entanto, está desempregado e não aceita se submeter a qualquer emprego, principalmente os que considera ofensivo com sua música. Mia (Emma Stone) é barista e trabalha num café, dentro dos estúdios da Warner. Ela deseja ser atriz, se arriscando em vários testes. Pelos caminhos da vida, os dois se esbarram algumas vezes até o dia em que finalmente têm a chance de conversar.

O carisma dos dois personagens faz com o que filme se torne ainda mais espetacular. As excelentes atuações de Ryan Gosling e Emma Stone surpreendem, já que nunca vi nenhum dos dois em um musical. Não dá para dizer que Gosling tem um vocal maravilhoso, mas o que ele entrega no filme parece ser a medida exata que queremos: nem mais, nem menos. Emma e Ryan, que já estivaram juntos anteriormente em “Amor a Toda Prova” e “Caça aos Gângsteres”, mostram que química, realmente, é algo que não falta a eles.

A fotografia é belíssima, recheada de belas paisagens com cores que tornam a história mais vibrante. As cenas são muito bem estruturadas e não deixam a desejar em absolutamente nada. Coreografias bem feitas, canções bem produzidas... e closes certíssimos, principalmente os que são feitos com Stone, cada vez que Mia sofre uma decepção. Os diálogos então... nem se fala.

Damien Chazelle escreveu um roteiro incrível e o dirigiu de forma esplêndida, transformando as estações do ano em capítulos para contar a trajetória de seus personagens, que precisam lidar com sonhos, carreira, amor e a tal da realidade.

“La La Land” levou sete Globos de Ouro e não seria para menos. A doçura do filme, os questionamentos levantados de forma sutil, as atuações, trilha sonora, fotografia... o conjunto da obra, que há muito não se vê na telonas e traz uma paz e alegria para quem assiste. Sem contar a vontade de sair pela sala de cinema, cantando e dançando.

Não sei se é verdade, mas li que Emma Watson e Miles Teller foram cotados para dar vida aos protagonistas. Emma declinou por causa de “A Bela e a Fera” e Miles porque o cachê não leh agradava, era pouco. De qualquer forma, sendo verdade ou não, dei graças a Deus por não ter sido nenhum dos dois, apesar de gostar do trabalho de Emma Watson. Miles ainda não me convenceu em nenhum dos seus trabalhos.

Espero que “La La Land” consiga reviver uma era de excelentes musicais, que têm a leveza estampada na sua história, mesmo abordando temas que, às vezes, são tão complicados. Não há nada que um bom roteiro e uma boa direção, unidos, não possam realizar. Chazelle só veio ratificar isso.

O musical tem como data estreia, dia 19/01. Mas o sucesso está tão grande, que sua pré-estreia paga começa hoje, 12/01. Mais do que recomendado:  “La La Land – Cantando as Estações” é um filme que merece ser visto, revisto, admirado. Uma obra cinematográfica para ser aplaudida de pé! E que venha o Oscar.
  


Confira a canção do filme, interpretada por Ryan Gosling e Emma Stone: