Blade Runner 2049


Blade Runner 2049

Pode-se dizer que esse, também, é um dos filmes mais aguardados do ano. Após 35 anos do lançamento de “Blade Runner, o Caçador de Androides”, dirigido por Ridley Scott com roteiro de Hampton Fancher e David Webb Peoples, “Blade Runner 2049” traz novamente às telonas aquele futuro distópico. Dessa vez com um cenário muito mais verticalizado, muita chuva, devastação e poeira, com acontecimentos em consequência do que aconteceu no primeiro. Entre o primeiro filme e sua continuação, também são pouco mais de 30 anos de diferença. Por mais que seja explicado o que aconteceu, recomendo que antes de encarar o filme de Denis Villeneuve (A Chegada), você assista primeiramente ao de Ridley Scott.

Após a falência da Corporação Tyrell, seus espólios foram adquiridos pela empresa do estranho e enigmático Niander Wallace (Jared Leto), que é responsável pela criação de novos androides. K (Ryan Gosling) é o novo Blade Runner, ou seja: é o responsável por capturar os replicantes que vivem fora do programado, assim como Rick Deckard (Harrison Ford) no primeiro filme. A missão que inicia o longa, é K indo atrás de um replicante (Dave Bautista). A partir daí o conflito começa. Entenda por conflito algo maior do que uma luta ou uma simples tensão. Não vou detalhar para que você tenha surpresas, assim como eu tive, do início ao fim do filme. Contudo, aviso: é um filme feito para pensar. Se você tentar encarar “Blade Runner 2049” como puro entretenimento, certamente se decepcionará. Se levar o filme à sua proposta, sairá surpreendido e cheio de questões filosóficas correndo em suas veias.

As quase três horas de filme trazem um suspense, que envolve todos os novos personagens que surgem e personagens do primeiro, daí a recomendação de que assista o anterior. Não há personagem que sobre na história, são todos muito bem encaixados na trama e que levantam questões como a existência dos androides entre humanos, o que os diferencia, memórias vividas e criadas, sentimentos, emoções, criação e perpetuação da espécie.

A trilha sonora é fiel a do primeiro filme, dando a boa sensação de continuidade. A fotografia também, apesar de pequenas diferenças, o que é normal, pois passaram-se anos. Os neons do primeiro longa sumiram, mas os hologramas continuam firmes, incendiando a cidade com suas propagandas gigantescas.

As atuações femininas também merecem destaque. Principalmente a de Ana de Armas, que interpreta Joi, uma inteligência artificial, limitada a o ambiente ou a um aparelho. Ela vive um triângulo com os personagens de Ryan e Mackenzie Daves, essa também está muito bem. Esse triângulo me lembrou uma cena de “Her” e me fez pensar bastante que é uma possibilidade de relação futura e isso me incomodou. A verdade é que o filme em si causa um grande incômodo, a partir do momento que você para e reflete sobre. As tais questões filosóficas, que citei anteriormente.

Outra personagem intrigante e completamente necessária é Luv, interpretada lindamente por Sylvia Hoeks. Ela trabalha com Wallace e aparece em diversos momentos com mais situações a se pensar. Robin Wright também está no filme como chefe de K e eu não poderia deixar de citá-la. Mesmo em uma breve participação, ela é fantástica.

O fato é que Denis Villeneuve, mais uma vez, acertou em cheio a sua direção. O mundo criado por Ridley Scott há anos, segue firme e grandioso. O roteiro de Michael Green com Hampton Fancher deu certo! Cada questão levantada, as vezes em algumas cenas longas ou num ritmo mais lento está no contexto. Quando parei para pensar se daria para diminuí-las, cheguei à conclusão de que não daria e não seria necessário. É o tempo certo para formar a concepção do que está sendo apresentado. O filme é bom desse jeito. “Blade Runner 2049” é uma das continuações mais bem sucedidas do cinema. Hollywood, que peca em grande parte de suas sequências, arrepiando o couro cabelo de todos quando anuncia “um novo filme da série x”, surpreendeu.

“Blade Runner 2049” estreia hoje, 5 de outubro, merece ser visto numa tela gigante de cinema, pelo menos uma vez. Digno do ingresso, do combo da pipoca, você vai ter o prazer de assistir a um dos melhores filmes do ano. Me arrisco a dizer, inclusive, que é melhor do que o primeiro. Excelente!  

Um comentário:

  1. Desfruto muito deste gênero de filmes, sempre me chamam a atenção pela historia. Revisei a trajetória de Denis Villeneuve e me impressiona que os seus trabalhos tenham tanto êxito, um dos meus preferidos é Blade Runner 2049 filme por que faz com que o espectador se sente a ver o filme. Desfruto muito deste gênero de filmes, sempre me chamam a atenção pela historia. A fotografia é impecável, ao igual que a edição. Sem dúvida voltaria a ver este filme!

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