O Último Virgem


O Último Virgem

American Pie ganhou uma versão brasileira e ainda mais tosca.

Dudu (Guilherme Prates) está no último ano do Ensino Médio e, talvez, seja o único garoto virgem do colégio. Com a ajuda de mais três amigos, o nerd sai em uma aventura para perder o “cabaço”.

Sim, o “cabaço”. Esse é o vocabulário do filme. Com direito a muito trocadilho e palavrões, “O Último Virgem” é um filme cheio de clichês, com basicamente nada para ser aproveitado, mas que diverte do início ao fim.

É claro que para se divertir num filme bobo como esse, o público tem que ter o bom senso de ser receptível a qualquer tipo de besteira; afinal, bom senso falta ao filme, do início ao fim. Não há grandes atuações, parece mais uma “Malhação” com uma dose a mais de “sacanagem”.

Se for aprofundar cada situação boba que passa no filme, o filme se tornará pior do que parece: o desespero para perder a virgindade, o machismo de ter que perder a virgindade, as garotas que são usadas apenas para satisfação do rapaz, o orgulho em dizer que não é gay... diversos assuntos que tentam desconstruir todos os dias. Sem contar os estereótipos, claramente forçados, como: amigo pegador-burro, amigo maconheiro-zen, amigo gordo-bobo, garoto nerd-virgem...

Entretanto, como disse anteriormente, se o público tiver o bom senso de levar o longa como apenas mais um besteirol, dessa vez “não-americano”, mas brasileiro, pode se divertir facilmente.

O tipo de filme que só tem um objetivo: arrancar risadas com situações forçadas e estereotipadas. Certamente agradará mais o público adolescente e o público despretensioso. Vale o ingresso e a pipoca, sim.

Lembro que “As Branquelas”, um dos melhores filmes de comédia que já vi, foi um filme bastante criticado, mas que hoje bate recordes de audiência na TV fechada. Não estou comparando, apenas dando um exemplo de que um besteirol que cumpre sua função (divertir) não precisa de mais nada.

“O Último Virgem” estreia hoje, 01/12. 

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O Filho Eterno


O Filho Eterno

Muitas pessoas esperam pelo momento de se tornarem pais. Carregar seu filho no colo, fazer planos, imaginar o futuro... Mas quando seu filho nasce com um problema, como lidar?

“Roberto” (Marcos Veras) e “Cláudia” (Débora Falabella) são um casal beirando os 30 anos, nos 80. Ao receber a visita do médico, após o nascimento do seu primeiro filho, o casal fica sabendo que o garotinho Fabrício tem Síndrome de Down.

O filme leva para o público a dificuldade que o pai tem em aceitar o seu próprio filho. Se uma pessoa com Down tem suas limitações, fica claro que o preconceito, que há na própria casa, é o maior inimigo de qualquer família.

Além de buscar várias alternativas para “consertar” o seu filho, tratar o menino com frieza e chegar a comemorar a baixa expectativa de vida da criança, “Roberto” põe de lado seu casamento, gerando um conflito ao tentar encontrar um culpado pelo o que “Fabrício” é.

O trabalho de Marcos Veras é surpreendente. O público, que está acostumado a vê-lo em comédias, ficará pasmo com a sua capacidade de fazer um trabalho tão sério e impactante. Débora Falabella é uma atriz inquestionável. Já conhecida pelo grande público, ela mantém seu trabalho impecável, mesmo o foco maior sendo na relação “pai x filho”. Pedro Vinicius, ator que dá vida ao fofo Fabrício, mostra uma química forte com Marcos, tornando o filme mais real.

Paulo Machline, diretor do filme, leva aos cinemas um produto nacional maduro e muito bom, apesar de ser, em alguns momentos, um pouco maçante. Quando o filme acaba, deixa a sensação de que poderia ter tido algo mais.

“O Filho Eterno” estreia hoje, 01/12. Vale a pena ser conferido, principalmente para quem gosta do gênero dramático e com uma boa mensagem.


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A Chegada


A Chegada

Um dos melhores filmes do ano chega aos cinemas hoje, quinta-feira (24/11).

Doze naves surgem em doze pontos distintos pela Terra. Os seres humanos logo sentem medo e começam a reagir àquela suposta ameaça. Eles precisam saber com urgência o que aqueles seres querem. A tarefa cabe aos governos; enquanto isso, a população enlouquece em surtos de violência e medo. O governo dos EUA, conta com a ajuda da linguista “Louise Banks” (Amy Adams em das suas melhores atuações) e do cientista “Ian Donnelly” (Jeremy Renner). Porém, os grandes males da raça humana são os seus maiores vilões no filme do brilhante diretor Denis Villeneuve: falta de clareza na comunicação, prepotência e medo do desconhecido.

A personagem de Amy avisa que precisará de algum tempo para conseguir se comunicar com os extraterrestres, iniciando um período de apresentação própria e da língua humana, tentando conhecer a língua deles, também. Enquanto a história se desenvolve, lembranças surgem a todo momento para “Louise”.

Há uma compreensão nítida de que as pessoas não sabem se comunicar. E quando há uma necessidade maior de união entre todos os povos da Terra, um tenta ser melhor do que outro, gerando conflitos desnecessários. É assim que se inicia uma guerra, que como todas outras, é completamente desnecessária. Responder de maneira hostil ao desconhecido ao invés de tentar compreender o que pode ser bom para todos.

Será que a humanidade precisa realmente de uma “visita de fora” para que a comunicação entre os povos faça sentido? Precisa ter uma “ameaça” para que se descubra que o bem maior são os habitantes, de um modo geral, e não o povo de um determinado país?

Para quem acha que é “mais um filme de aliens”, “ficção científica chata”, eu dou uma dica: desconstrua esse pensamento. Esse, talvez, seja o filme mais humano que você vai assistir em sua vida. Os aliens são apenas uma “desculpa” para a história.

Atuações marcantes, fotografia bela, trilha sonora bem elaborada e um roteiro impecável, “A Chegada” é, sem dúvidas, mais um dos grandes nomes da história do cinema. O tipo de filme que você vai assistir e vai ficar na sua cabeça para sempre. Caso não fique, assista de novo, porque você assistiu errado.

Vale o ingresso, a pipoca e as lágrimas.


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Jack Reacher - Sem Retorno


Jack Reacher – Sem Retorno

Tom Cruise está de volta na pele do protagonista “Jack Reacher”, um ex-militar famoso por seus grandes feitos, mas que vive uma vida sumindo do radar de quem o conhece.

“Jack Reacher – Sem Retorno” tem a fórmula do primeiro filme. Esse, por sua vez, tem a fórmula de qualquer filme de ação. A sua duração de 119 minutos é um pouco irritante, já que o filme não tem nenhuma surpresa, nada inovador. Entretanto, o filme está longe de ser ruim. Diverte. Tem um bom roteiro, boas interpretações. Só peca na sensação de dèjá vu.  

“Reacher” se corresponde com a “Major Turner”. Quando decide conhecer pessoalmente a moça, a levando para jantar, descobre que ela está sendo acusada de vazar informações confidenciais e foi presa. Com o sexto sentido apurado (o que não é nenhuma surpresa nesse tipo de filme), ele inicia uma investigação para desvendar o mistério. No caminho, aparece uma adolescente que supostamente é sua filha e entra na mira dos bandidos que ele está perseguindo (o que também não é nenhuma surpresa).

As cenas de ação são bem feitas, apesar do mocinho só derramar duas gostas de sangue durante o filme todo. O roteiro é bem escrito e a direção do filme não erra. Para quem gosta do gênero e não se importa de ver o mesmo filme diversas vezes, com diversos atores e diversos títulos, “Jack Reacher” cumpre a função perfeitamente. O filme só se torna sem maiores atrativos para quem, consciente ou inconscientemente, sabe exatamente como tudo vai acontecer. Mesmo assim, é inegável que entretém.

É preciso renovar as fórmulas do filme de ação. Essa história do “cara herói”, que nunca sorri, que a cada filme tem uma mulher, que fica na mira dos bandidos e polícia o filme todo e no final consegue provar tudo o que, genialmente, sacou sozinho, já alcançou todos os limites possíveis. Tom Cruise é um ator muito bom e que pode ir além de “Missão Impossível” e seus derivados. Pode, facilmente, deixar esse papel para Jason Statham, já que o ator britânico não tem perfil de ir muito além.

Cobie Smulders (Major Turner) e Danika Yarosh (Samantha, a suposta filha de Reacher) ajudam a completar o trio principal do filme, dando o apoio necessário para o roteiro não ficar completamente enfadonho.

“Jack Reacher – Sem Retorno” estreia hoje, quinta-feira (24/11). 

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Elis


Elis – O Filme

Elis Regina é um dos maiores nomes da música brasileira. Quem nasce no Brasil, cresce ouvindo, pelo menos, uma de suas grandes interpretações. A mais famosa, talvez, seja a belíssima letra de Belchior “Como Nossos Pais”.

Hoje, chega aos cinemas a cinebiografia da cantora. São 115 minutos para contar uma história forte, que a gente já conhece. Hugo Prata, diretor do filme, fez um trabalho digno de ser aplaudido de pé. É claro que muitos fatos marcantes da vida de Elis ficaram de fora ou foram retratados com superficialidade, mas é impossível aprofundar em todos os temas da vida de uma artista tão intensa e importante.

O longa passa por sua ascensão, quando ela vai ao Rio de Janeiro e inicia sua carreira, levando sua brilhante voz ao país, deixando a Bossa Nova de lado e firmando a MPB no gosto nacional; seu posicionamento político contra a ditadura, o polêmico episódio em que cantou para os militares; amores, problemas na família, filhos... aspectos essenciais, que não poderiam deixar de ser citados.

Já a relação da cantora com as drogas é retratada de forma rápida e sua morte não tem um tom apelativo. É triste, porque não poderia ser diferente. A impressão que dá, é que quando Elis decidiu se livrar das “amarras” que a incomodavam, ela ficou sem rumo e não aguentou. Precisou trilhar o caminho que a tirou de cena.

A atuação de Andreia Horta é indiscutivelmente perfeita. O jeito de cantar, boca, gestos... é como ver Elis, novamente. Não tenho total propriedade no assunto, mas pelos vídeos que já vi da Pimentinha, não há diferença. O estudo e dedicação da atriz para esse trabalho é admirável. Andreia Horta se entregou ao papel e merece todo o respeito por um trabalho sublime.

Quem também está no filme é o sempre fantástico Júlio Andrade. O ator, que não precisa provar sua capacidade de interpretar qualquer personagem, assume o papel de Lennie Dale, bailarino americano, que ajuda Elis a se expressar melhor, no palco. A ligação dos dois é bonita de ser ver, pena que as cenas são poucas.

Além deles dois, o competente elenco conta com os nomes de Lúcio Mauro Filho, Gustavo Machado, Caco Ciocler e Rodrigo Pandolfo.

A trilha sonora é magnífica; não poderia ser diferente. A abertura com “Como Nossos Pais” já vale o ingresso. A cena em que ela interpreta “Atrás da Porta” é de arrepiar. “Fascinação”, “O Bêbado e o Equilibrista”, “Upa, Neguinho”... enfim. Todas as músicas. Um trilha para ser lembrada para sempre.

“Elis” é uma bela homenagem a uma artista que partiu há 34 anos e continua viva! Uma artista que faz parte da história de um país que é carente de lembranças boas. O longa é um jeito de perpetuar o nome de uma cantora que nunca deverá ser esquecida. Belíssima apresentação aos jovens.



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Animais Fantásticos e Onde Habitam


Animais Fantásticos e Onde Habitam

Um dos filmes mais aguardados do ano finalmente chegou aos cinemas. Com roteiro da maravilhosa J.K. Rowling, “Animais Fantásticos e Onde Habitam” mostra um lado mais maduro do apaixonante mundo de “Harry Potter”.

Eddie Redmayne é “Newt Scamander”, bruxo que chega a Nova Iorque com uma mala cheia de animais estranhos e uma missão. Para conseguir completar o “serviço”, ele passará por diversos tipos de situação. Graças a essas aventuras, o filme tem uma boa dose de ação, o que anima bastante, já que sua duração é um pouco longa.

O carismático personagem de Eddie é agradável, mas consegue ceder com facilidade o seu posto a “Jacob Kowalski”, interpretado por Dan Fogler. “Jacob” é o galã atípico do filme. Tem bom humor, ajuda o personagem principal e ainda leva o coração de uma das mocinhas, além de arrancar risada e a torcida do público.

Katherine Waterson como “Porpentina Goldstein” e Alison Sudol como “Queenie Goldstein” ajudam a deixar a trama ainda mais divertida, já que estão próximas aos rapazes. O elenco em si é muito bom. A escolha de nomes famosos faz com que os espectadores tenham certa familiaridade com os personagens. Ezra Miller, por exemplo, só reforça o seu crescente talento como “Credence”, um rapaz que é tido como estranho e torturado por sua mãe adotiva.

Os tais animais fantásticos também são adoráveis. Extremamente bem feitos e garantem diversão. A vontade é sair do cinema e pegar, por exemplo, “Pelúcio”, um bichinho azul, bem ladrãozinho e apertar de tanta fofura. Se houver “surra” de bonecos, com certeza eu irei atrás. Um encanto!

David Yates, diretor do filme, conhece bem o mundo dos bruxos, já que dirigiu quatro dos oito filmes de Harry Potter. Ou seja: não tinha como errar.

Para os fãs do bruxo mais famoso do mundo, “Animais Fantásticos” será um retorno maravilhoso ao mundo criado por J.K.; para os que não conhecem, é uma boa porta de acesso, já que o spin-off não precisa de conhecimento prévio. A saga será dividida em cinco filmes, o que dá um pouco de medo, já que esse primeiro filme é praticamente redondo, deixando apenas um detalhe para ser resolvido num próximo. Aparentemente, não há necessidade de mais três, entretanto, a mente de J.K. pode ser mais surpreendente do que se imagina.

Além do conteúdo divertido, o longa passa uma mensagem bacana sobre aceitação, mostrando o que pode acontecer caso uma pessoa seja excluída por ser diferente ou dotada de dons que não são entendidos pelos outros ao seu redor. Como é um filme que vai atingir grande parte do público jovem, vale a pena reforçar esse lado, sempre.

Não posso dizer que “Animais Fantásticos e Onde Habitam” é um filme surpreendente; está longe disso. Mas é um filme que dá imenso prazer em assistir por tudo!



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Sob Pressão


Sob Pressão

Mais um filme nacional, nesse fim de ano, para dar orgulho. O título já diz, claramente, o que vem pela frente. Ficamos sob efeito de uma tensão sem fim, por diversos motivos.

Júlio Andrade é “dr. Evandro”, chefe de emergência de um hospital público, no Rio de Janeiro. Um lugar que por si só já é um caos, piora quando começa uma guerra, no morro, entre policiais e bandidos e todos vão parar na mesma emergência. Além do militar e do traficante, há uma criança; um menino que é filho de um homem poderoso, dono de um jornal e que pode destruir a imagem do hospital. Todos baleados, correndo risco de perder a vida.

Três pessoas com sérios problemas e o hospital com um centro cirúrgico só! O capitão da polícia quer que seu colega seja atendido logo. Afinal, a preferência com certeza não é do bandido. O pai do garoto grita aos quatro cantos que vai falar mal do hospital. E o bandido... não tem companhia, mas é o que dá para salvar logo.

A situação, que já é ruim o bastante, fica mais sufocante quando é evidenciado o vício químico de “dr. Evandro”, seu tempo sem dormir e uma equipe com membros excelentes e outros nem tanto, deixando escapar detalhes importantes.

O filme de Andrucha Waddington é uma realidade sem floreio, levada ao cinema para dar um soco na boca do estômago de quem vive às cegas, culpando os médicos por mortes e demoras em filas intermináveis. É difícil perceber que com o recurso que lhes são passados, eles trabalham fazendo milagres. Impossível não tomar partido.

De uma competência imensa, o filme é tenso da primeira sirene que ecoa pela sala até a última. Fiquei com a sensação de que poderia ser feito um seriado desse meio, já que o filme consegue ser melhor do que muito seriado médico que tem por aí, cheio de romances e mortes bonitas para fazer o público ir às lágrimas.

Ponto alto para Marjorie Estiano, que a cada trabalho mostra o seu crescimento como atriz. Ícaro Silva como o competente “Dr. Paulo” e Andréa Beltrão como “Ana Lúcia”, administradora do hospital, só reforçam o grande elenco que compõe o longa. A participação do carismático “Samuel”, vivido por Stepan Nercessian, dá um pouco de leveza, em algumas cenas, ao filme.

Uma orquestra regida da melhor maneira possível, com um resultado impecável.

“Sob Pressão” estreia hoje, 17/11.


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Pequeno Segredo


Pequeno Segredo

Baseado em fatos reais, “Pequeno Segredo” traz três histórias que se conectam. O filme do diretor David Schurmann, que errou feio anteriormente em “Desaparecidos”, é uma parte da história de sua família, o que talvez tenha o ajudado a realizar um filme tão bonito e emocionante.

O possível representante do Brasil no Oscar, tem uma fotografia impecável e atuações maravilhosas, como das veteranas Júlia Lemmertz (Heloisa Schurmann), Maria Flor (Jeanne) e Fionnula Flanagan (Barbara). As mulheres estão indiscutivelmente fantásticas.

O roteiro, a princípio, pode ser um pouco confuso. Entretanto, quando você o entende, ele flui sem maiores problemas. É um pouco do que estamos acostumados a ver em dramas: amor arrebatador, família, problemas internos etc.

Por ser um drama real, não pude deixar de me envolver, principalmente quando comecei a entender o que aconteceria. Quem conhece a história da família, não terá surpresa, talvez ache o filme até monótono, mas ele é, na verdade, bastante comovente.

O amor entre “Jeanne” e “Robert” é pouco convincente, talvez porque os atores não tenham nenhuma química, apesar da bela atuação, como eu citei anteriormente, de Maria Flor, ou pelo fato de ser mostrado superficialmente; uma base para chegar ao fim, sem aprofundamento.

A personagem sem-noção “Barbara” cumpre bem o seu papel de ser extremamente irritante, mas tem um certo carisma. O tipo de parente que a gente só vê graça, porque é da família dos outros; se fosse da nossa...

A relação entre “Heloisa” e “Kat” e o desenrolar de como elas chegaram nessa relação-parceria de mãe e filha, é tão bonito, que é injusto dizer que “Pequeno Segredo” apela para a emoção. A emoção está ali, simplesmente. Um filme que narra uma história baseada em fatos reais, principalmente, quando dirigido por alguém que esteve no meio dessa narrativa, não tem como não ser aprofundado sem nenhum sentimentalismo. Dura do jeito que já é, essa história precisava sim de um pouco de “floreamento e borboletas”.

O livro de Heloisa Schurmann, “Pequeno Segredo – A Lição de Vida de Kat para a Família Schurmann”, foi adaptado de uma maneira bonita e honesta pelo seu filho, David.

Ponto alto para a estreante Mariana Goulart, que entrega um trabalho maravilhoso! Por ser uma criança passando por momentos tão difíceis e descobertas que muitos adultos não aguentariam, mesmo assim, com uma leveza surpreendente.

A garotinha “Kat” merecia mesmo uma homenagem dessa!

Mais um bom capítulo na história do cinema nacional, “Pequeno Segredo” estreia hoje, dia 10 de novembro.


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XXX3 - Trailer Legendado


Trailer legendado de "xXx: Reativado".




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A Luz Entre Oceanos



“Você só tem que perdoar uma vez. Mas para se ressentir, você tem que fazer isso o dia todo, todo dia. Tem que ficar se lembrando de todas as coisas ruins.”

Baseado no romance homônimo de M.L. Stedman, “A Luz Entre Oceanos” chega às telonas sob a direção e roteiro de Derek Cianfrance; com Michael Fassbender, Alicia Vikander e Rachel Weisz.

“Tom Sherbourne” trabalha num farol e mora com a esposa, na região costeira da Austrália, isolado do resto da cidade. Após tentativas frustradas de terem um filho, “Tom” e “Isabel” encontram um barco à deriva com um bebê e um homem morto. Com tanta tristeza por conta dos abortos de “Isabel”, eles decidem ficar com a criança e cuidar dela, como se fosse filho deles.

O filme é um drama pesado e a tristeza paira nas duas horas e meia, até mesmo nas cenas felizes. Talvez seja o tom melancólico dele, que está ali, do início ao fim. Não li o livro, mas caso o filme seja fiel, imagino que deva ser uma leitura difícil e arrastada, para que se tome fôlego e possa seguir em frente.

Contudo, o filme é muito bom! Um pouco longo, mas bom. Algumas vezes, torci para que acabasse logo, porque é difícil digerir. Digerir, inclusive, os seus princípios ali. Você torce para uma personagem que é errada, mas não chega a ser uma vilã. Deseja que outra, que é a certa, mas não chega a ser a mocinha, deixe tudo do jeito que está e siga sua vida. Entretanto, ao se por no lugar dela, a gente se pergunta se faria isso. É complexo!

Me arrancou da minha zona de conforto, no cinema e me fez ir para Austrália, tentar resolver tudo pacificamente. Impossível.

A fotografia do filme é uma atração à parte. Vale a pena ser vista e admirada.

Alicia Vikander ratifica o motivo de ter ganhado um Oscar (atriz coadjuvante) esse ano. Sua interpretação é a certeza de que, em pouco tempo, ela receberá o maior prêmio do cinema, mas dessa vez, como melhor atriz. Sua personagem que tem, a princípio, a ousadia da juventude, vai se transformando em uma mulher feliz, depois numa mulher deprimida e, em seguida, numa mulher desesperada, cheia de remorso e raiva. Trabalho impecável da atriz.  Michael Fassbender como um homem cheio de traumas, que segue sua vida com poucas palavras, mas cheio de bondade, princípios e amor, ratifica, também, a frustração por ele não ter uma estatueta em casa. Ele fica melhor a cada dia! Rachel Weisz não fica atrás. A personagem tão cheia de dúvidas e certezas sobre como lidar com a situação, passa o sofrimento com muita facilidade para quem assiste. É quase impossível não se colocar nos lugares de todos.


Para quem gosta de um drama intenso, onde as chances de derramar lágrimas são de 99,9%, “A Luz Entre Oceanos” entrega de forma bonita, mas triste, um dos filmes mais pesados que já assisti. 

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