Elis


Elis – O Filme

Elis Regina é um dos maiores nomes da música brasileira. Quem nasce no Brasil, cresce ouvindo, pelo menos, uma de suas grandes interpretações. A mais famosa, talvez, seja a belíssima letra de Belchior “Como Nossos Pais”.

Hoje, chega aos cinemas a cinebiografia da cantora. São 115 minutos para contar uma história forte, que a gente já conhece. Hugo Prata, diretor do filme, fez um trabalho digno de ser aplaudido de pé. É claro que muitos fatos marcantes da vida de Elis ficaram de fora ou foram retratados com superficialidade, mas é impossível aprofundar em todos os temas da vida de uma artista tão intensa e importante.

O longa passa por sua ascensão, quando ela vai ao Rio de Janeiro e inicia sua carreira, levando sua brilhante voz ao país, deixando a Bossa Nova de lado e firmando a MPB no gosto nacional; seu posicionamento político contra a ditadura, o polêmico episódio em que cantou para os militares; amores, problemas na família, filhos... aspectos essenciais, que não poderiam deixar de ser citados.

Já a relação da cantora com as drogas é retratada de forma rápida e sua morte não tem um tom apelativo. É triste, porque não poderia ser diferente. A impressão que dá, é que quando Elis decidiu se livrar das “amarras” que a incomodavam, ela ficou sem rumo e não aguentou. Precisou trilhar o caminho que a tirou de cena.

A atuação de Andreia Horta é indiscutivelmente perfeita. O jeito de cantar, boca, gestos... é como ver Elis, novamente. Não tenho total propriedade no assunto, mas pelos vídeos que já vi da Pimentinha, não há diferença. O estudo e dedicação da atriz para esse trabalho é admirável. Andreia Horta se entregou ao papel e merece todo o respeito por um trabalho sublime.

Quem também está no filme é o sempre fantástico Júlio Andrade. O ator, que não precisa provar sua capacidade de interpretar qualquer personagem, assume o papel de Lennie Dale, bailarino americano, que ajuda Elis a se expressar melhor, no palco. A ligação dos dois é bonita de ser ver, pena que as cenas são poucas.

Além deles dois, o competente elenco conta com os nomes de Lúcio Mauro Filho, Gustavo Machado, Caco Ciocler e Rodrigo Pandolfo.

A trilha sonora é magnífica; não poderia ser diferente. A abertura com “Como Nossos Pais” já vale o ingresso. A cena em que ela interpreta “Atrás da Porta” é de arrepiar. “Fascinação”, “O Bêbado e o Equilibrista”, “Upa, Neguinho”... enfim. Todas as músicas. Um trilha para ser lembrada para sempre.

“Elis” é uma bela homenagem a uma artista que partiu há 34 anos e continua viva! Uma artista que faz parte da história de um país que é carente de lembranças boas. O longa é um jeito de perpetuar o nome de uma cantora que nunca deverá ser esquecida. Belíssima apresentação aos jovens.



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