Capitão Fantástico
Um pai e seus seis filhos levam
uma vida totalmente atípica: longe da civilização, Ben (Viggo Mortensen)
educada suas crianças do jeito que acha que eles precisam, do jeito que ele
acredita ser correto. Essa família vive em uma floresta, mas acaba precisando
ir para a cidade, resolver um problema, e todo o modo de vida acaba por ser revisto.
Com muitas críticas ao modelo
exemplar de família, capitalismo e religião, a família de Ben ganha o público
sem muito esforço, despertando, inclusive, a curiosidade e vontade de passar
por tal experiência. Além da reflexão se o modelo de vida que levamos é o
bastante ou precisamos de mais. (Ou menos, se analisarmos somente pelo lado do
filme.) A simplicidade é quase sempre cativante, principalmente quando mostrada
sob uma ótica tão competente. De qualquer forma, mesmo ganhando a admiração de
quem assiste, esse modo de vida alternativa tem também suas falhas, o que acaba
por gerar cenas fantásticas.
De um modo geral, as cenas são
extremamente inteligentes, não precisam de muito artifício para serem eficientes,
apenas um bom diálogo, fabulosas atuações e uma paisagem compõem o filme. A
fotografia é linda do início ao fim. A trilha sonora: única! A cena em que eles
cantam Sweet Child O’Mine, clássico
dos Guns N’ Roses, me fez derrubar um exército de lágrimas e sorrir junto. É de
arrepiar!
A direção e roteiro do estreante
Matt Ross, leva para o grande público um filme simples, engraçado, emocionante,
que tem uma história totalmente cativante. Diferente de tudo que já foi visto, “Capitão
Fantástico” arrancou aplausos no Festival de Cannes e de Sundance. As atuações,
não posso deixar de ratificar: são impecáveis. Viggo Mortensen me surpreendeu,
porque eu já sabia o quão bom ele era, mas não sabia que ele poderia ser melhor
ainda; e ele foi. As seis crianças são extraordinárias. Além disso, há
participação de Frank Langella, como avô das crianças, que discorda totalmente
do modo de vida do seu genro e netos.
É um filme para ser visto, sentido
e refletido. Um filme que você deve ter em casa e assistir, de vez em quando,
para resgatar valores que vão se perdendo em meio ao caos do dia a dia
problemático em que vivemos. Um filme que desperta a vontade de largar tudo e
procurar um cuidado melhor com a sua vida, seja em relação a saúde ou ao
ambiente que nos cerca.
Procurei não falar muito sobre a
história do filme para que, assim como eu, você se surpreenda com tudo e tenha
a mesma sensação incrível que eu tive: sem dúvidas, um dos melhores filmes que
já vi vida, um dos melhores de 2016.
Se eu pudesse recomendar apenas
um filme de 2016, “Capitão Fantástico” seria, sem dúvidas, o escolhido.
Estreia hoje, 22 de dezembro de
2016 e vale: o balde de pipoca, o refrigerante, o doce, o ingresso e a ida ao
cinema. IMPERDÍVEL!