IT – A Coisa
Stephen King já escreveu mais de
80 livros, entre eles, os famosos “Carrie – A Estranha”, “O Iluminado”, “Misey –
Louca Obsessão”, “A Torre Negra” e “À Espera de Um Milagre”. Esses que citei,
inclusive, já ganharam sua versão cinematográfica. “It – A Coisa” já teve uma adaptação
anteriormente. Foi uma série para TV, dividida em duas partes, que chegou ao
Brasil como o filme “IT: Uma Obra-Prima do Medo”, com Tim Curry dando vida ao
personagem principal. Pennywise dessa vez é interpretado por Bill Skarsgård e
consegue ser muito mais assustador do que o de Tim Curry. No entanto, isso não
é uma disputa, vamos focar no filme.
O longa começa com a morte de
Georgie Denbrough, no fim década de 80, que sai para brincar com um barquinho e
acaba se tornando uma das vítimas do palhaço macabro. Com o desaparecimento da
criança, a cidade de Derry ganha toque de recolher e mais crianças continuam
desaparecendo misteriosamente. O irmão de Georgie, Bill Denbrough e seus
amigos, que formam o Clube dos Perdedores (The Loser’s Club), entram de férias
da escola e vão investigar o possível lugar para onde essas crianças podem ter sido
levadas.
O problema é que Pennywise tem o
poder de se transformar em tudo o que as pessoas têm medo. Para conseguir
atrair as crianças com mais facilidade, ele se apresenta como palhaço, mas para
conseguir se alimentar delas, ele ganha as formas necessárias para deixar as
presas paralisadas.
O filme do diretor Andy
Muschietti (Mama) tem referências a “Stranger Things”, “Conta Comigo” e “Os
Gonnies”. A atmosfera dos anos 80 é marcante, e apesar de não ser um filme que
provoca sustos o tempo todo, além de divertir bastante, arrancando risada do
público, o clima que toma conta das pouco mais de duas horas de filme, é de
medo e revolta. Além do próprio Pennywise, as crianças enfrentam situações horríveis
como bullying, racismo, abusos sexuais e psicológicos. A realidade é mais assustadora do que qualquer "Coisa". Contudo, descobrem que
se encararem tudo isso juntos, eles vencem. “IT – A Coisa” é muito mais do que
um simples filme de terror, é um filme que mostra a realidade de muitas pessoas
e como elas amadurecem diante das dificuldades e, principalmente, como é
importante ter com quem contar.
Com a promessa de uma
continuação, “IT – A Coisa” é uma excelente adaptação da obra do genial Stephen
King. Tem um elenco afinado e crianças que trabalham tão bem, que são capazes
de causar inveja a adultos ditos “atores”. Por sinal, o personagem Richie
Tozier é interpretado por Finn Wolfhard, o Mike Wheeler de “Stranger Things”. O
alívio cômico do personagem para o filme é sensacional. Impossível não rir com
aquele garotinho, com os óculos fundo de garrafa, todo mirrado, pagando de
gostosão.
Bill Skarsgård, integrante da
bela família Skarsgård, está primoroso como A Coisa. Até a maneira como ele
fala, está de arrepiar. E isso é tão bom, que apesar de ter cenas que
certamente as pessoas levarão sustos, o filme não precisa apelar. Pennywise
provoca medo por si só. O tom de voz ao tentar ser um palhaço alegre, com
aquela figura bizarra e uma boca molhada, parecendo salivar pelas crianças é de
arrepiar o couro cabeludo de qualquer um.
“IT – A Coisa” estreia no feriado
de 7 de setembro para que ninguém escape dele. Stephen King tem o dom de criar
criaturas apavorantes. Se eu pudesse escolher um lugar “impossível” para
passear, seria a mente dele, porque eu não consigo entender de onde o cara tira
essas coisas tenebrosas e as transforma em coisas geniais. Vale o ingresso, o
combo da pipoca e, para os mais apavorados, os sonhos com Pennywise.