Manchester À Beira-Mar


Manchester À Beira-Mar


Mais um dos filmes queridinhos para o Oscar chega aos cinemas. 

Manchester À Beira-Mar levou Globo de Ouro de Melhor Ator, graças a atuação do polêmico irmão caçula de Ben Affleck, Casey Affleck. 

Sua vida pessoal deveria ser considerada na hora de levar um prêmio? Certamente. Porque nenhum homem acusado de assédio sexual, ainda mais, por duas vezes, deveria ser reconhecido por nada, mas as coisas em Hollywood não funcionam bem assim. 

Então, quando entrei na cabine, me rendi a hipocrisia da indústria cinematográfica e tentei deixar do lado de fora Casey Affleck e encarar apenas Lee Chandler, seu personagem.   

O resultado é, de fato, maravilhoso. A atuação dele está inquestionável, assim como o roteiro do filme, fotografia, direção e trilha. 

Lee é um homem que trabalha de zelador, quando recebe a notícia do falecimento do irmão e precisa retornar à cidade onde morou. Quando volta, encontra o sobrinho e tenta resolver as questões burocráticas do enterro do irmão, mas acaba por descobrir que é o novo tutor do garoto órfão. 

Lutando contra essa responsabilidade, Lee revela aos poucos o que fez deixar Manchester para trás. E suas lembranças são dirigidas de maneira espetacular. 

A história é pesada, sofrida é angustiante. É impossível não se colocar no lugar dele e entender o motivo dele fugir tanto e de ter se tornado “aquilo”.

As cores do filme representam bem a intensidade do sofrimento daquele homem. O tempo frio, o tempo todo. Até mesmo no figurino é perceptível ver que ele se fechou para o mundo. 

Michelle Williams faz Randi, a ex-mulher de Lee, e no pouco que aparece, apresenta muito bem a sua personagem. Não é uma das minhas atrizes favoritas, mas ultimamente tem sido impossível colocar em xeque a sua interpretação. 

O ponto alto do filme, para mim, além de ser a revelação da transformação daquele homem, tão carinhoso para um homem tão distante, é a cena do reencontro deles dois. Impossível não se abalar com a veracidade dos sentimentos que ambos colocaram ali. 

Um filme belíssimo, que entra para um dos melhores dramas que já vi, na vida, mas que não posso deixar de pensar em como queria outro ator ali. 

Manchester À Beira Mar estreia hoje e merece ser muito ser visto na tela grande. 


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