Animais Noturnos


Animais Noturnos

Baseado no livro “Tony e Susan”, de Austin Wright, “Animais Noturnos” chega aos cinemas sobre a direção de Tom Ford e com atuações impecáveis de Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Aaron Taylor e Michael Shannon.  Tenso, psicológico e dramático, a abertura do filme já um espetáculo a ser admirado.

Ao receber, em sua casa, um manuscrito de seu ex-marido, Susan (Amy) começa a lê-lo. Paralelo a isso, ela enfrenta um casamento falido, onde seu parceiro fica cada vez mais distante. Com esses dois cenários apresentados, as histórias vão se desenrolando. São praticamente dois filmes em um.

Na história do livro, Tony (Jake) leva sua esposa e filha para uma viagem pela estrada, mas acaba sendo vítima de Ray (Aaron) e mais dois homens extremamente violentos. Enquanto faz a leitura do manuscrito, Susan se vê, diversas vezes, sendo levada ao passado, no momento em que conheceu Edward (também interpretado por Jake). Ao perceber semelhanças entre as personagens do livro e ela própria, Susan descobre verdades dolorosas sobre sua personalidade, seu passado e seu presente.

A razão de ter recebido aquele manuscrito vai ficando cada vez mais nítida e perturbadora. Com muita melancolia, suspense e atuações dignas de prêmios, “Animais Noturnos” é um dos melhores filmes que chegou às telonas, em 2016. Tom Ford fez um trabalho incrível, que não deixa a desejar em absolutamente nada, principalmente se for considerado que é o segundo filme que ele dirige.

Mais um filme com Jake Gyllenhaal para quebrar a cabeça de quem está assistindo e depois, com uma longa pausa e um suspiro, poder dizer: FILMÃO! O ator está ficando mestre nesse estilo, o que já leva uma certeza para quem está assistindo: se tem Jake, é, no mínimo, bom. Além dele, Amy Adams, que estreou, também, esse ano o sensacional “A Chegada”, outro que pode ser considerado como um dos melhores filmes do ano. Belíssima escolha de elenco. Sem contar, a performance de Aaron Taylor-Johnson, que é um bom ator, mas que nesse filme surpreende com uma performance digna de prêmios, tanto é, que ele está concorrendo ao Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante.

“Animais Noturnos” chega hoje, 29/12, aos cinemas, para fechar 2016 com o que o mundo cinematográfico pode trazer de melhor. 

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Invasão Zumbi


Invasão Zumbi

Depois de “A Bruxa de Blair”, achei que 2016 não ia ter nada digno no gênero terror. No entanto, gostei de “A Maldição da Floresta”, “Ouija” e, até mesmo, de “Dominação”. Mesmo assim, ainda não tinha achado um terror para me deixar, verdadeiramente, sem ar. Ao assistir “Invasão Zumbi”, minha opinião mudou totalmente.

O filme coreano é um filme sobre os famosos zumbis, que não traz nada de novo, mas que tem um ritmo sufocante. Não foge dos clichês, no entanto, tem uma história que faz com que você se pergunte como os personagens vão sair dali. Depois de um certo ponto, você já aceita que eles não vão sair. E falta o ar, mais uma vez.

Tudo começa quando a filha de um empresário pede para que seu pai a leve para passar o aniversário com sua mãe. Ao embarcarem no expresso, que vai de Seul para Busan, o terror é iniciado sem demora, já que antes do trem começar a viagem, uma mulher contaminada e um homem suspeito entram despercebidos.

Para quem assiste “The Walking Dead” ou assistiu ao fantástico “Guerra Mundial Z”, o filme está no mesmo patamar de qualidade. Apesar dos zumbis correrem muito, o que me incomoda um pouco, já que estou acostumada com a lentidão dos mortos-vivos, “Invasão Zumbi” surpreende por ter uma história com drama, algumas vezes engraçada, mas que não deixa, em nenhum momento, de ser aterrorizante. E não é um terror qualquer, é muito mais psicológico.

Sem saber o que está acontecendo no país, sem notícias do mundo “além trem”, as pessoas que estão ali dentro, precisam enfrentar o desconhecido que vai para cima deles, sem piedade. E mesmo conseguindo sobreviver uma hora aqui e outra lá, precisam lidar, também, com a transformação dos amigos e parentes que estão naquela viagem. Como se isso não fosse tenso o bastante, é claro, há o fator ‘ser humano’. O ser humano que quer se salvar acima de tudo e prejudica o outro, sem pensar nas consequências.

Grande destaque para a pequena atriz, que interpreta “Soo-ahn”. Ao lado de tantos adultos, a garotinha é quem mais emociona e passa verdade para o espectador. Merecia um Oscar por sua interpretação tão intensa e bonita.

“Invasão Zumbi” chega hoje, 29/12, aos cinemas e pode ser a sua melhor chance de fechar 2016 com um excelente filme de terror. 

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Cartazes de Sing

Cada personagem ganhou um cartaz com seu nome e seu dublador. Ficaram tão bem feitos, que não poderia deixar passar em branco. 



Uma ressalva para os discos de Meena, com nomes famosos da música, adaptados ao mundo animal. Genial!


Muito estilo esse Johnny, hein?!


Cada um treina quando pode e aonde pode, hein, Meena?! Mas ela arrasa.


Pose de rock star, mas será que é isso mesmo o que Ash quer?


Gunter brilha mais do que qualquer diva do pop. Um ícone!


E para "o cara", que proporcionou toda essa magia não ficar sem créditos, aqui vai uma imagem do simpático coala Buster Moon:


Uma pena ele não ter ganhado um cartaz dele, levando seu belo sorriso e sua gravatinha para o público. 

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Sing - Quem Canta seus Males Espanta


Sing – Quem Canta Seus Males Espanta

Dos mesmos criadores de “Meu Malvado Favorito”, “Sing” é uma animação musical para divertir as crianças e os pais. Com muita música, personagens fofos e ação, o filme diverte bastante e faz com que as pessoas cantem juntas, no cinema.

Quando o coala Buster Moon vê o seu teatro indo à falência, resolve criar uma competição musical para escolher a próxima grande estrela do cenário. Para isso, ele oferece um prêmio de 100 mil dólares. O sucesso é imediato. Em busca de fama e dinheiro, a fila para a audição faz curva na porta do teatro. O que os animais não sabem, é que esse prêmio, na verdade, está com erro. Mas Buster, ao invés de corrigir, prefere correr atrás do impossível e torná-lo real.

Com histórias de vida diferentes, os finalistas são apresentados um a um, mostrando como eles chegaram até ali. Tem a simpática Meena, uma elefanta que sonha em cantar, mas é tímida demais para isso (a voz de Sandy e combinou muito bem); tem Johnny, um gorila adolescente, que tem problemas com o pai, um ladrão, que quer que ele siga pelo mesmo caminho, mas ele quer soltar a voz (voz de Fiuk, que harmonizou surpreendentemente); Rosita, uma porquinha com mais de 20 filhos, que se tornou dona de casa e precisa se virar nos 30 para conseguir realizar o seu sonho (voz de Mariana Ximenes, que eu não sabia que cantava, ainda mais, tão bem); e tem Ash, uma porco-espinho, que namora um rock star sem sucesso e a trai, a deixando para trás (voz de Wanessa Camargo, que não decepcionou, mas eu também não reconheci).

Uma história divertida, bem feita e que emociona. A forma como o roteiro vai casando e tudo vai ficando redondinho é genial. O filme não peca em nada, nesse sentido. Como musical, é desnecessário falar que a trilha sonora é maravilhosa. Os atores e cantores escolhidos para dublarem, na versão nacional, fazem um bom trabalho e não deixam em nada a desejar.

Com mensagens bonitas, músicas famosas e um concurso que faz com que você torça, principalmente para que o simpático e atrapalhado Buster Moon consiga fazer tudo dar certo, “Sing – Quem Canta Seus Males Espanta” é a melhor opção para entreter as crianças e adultos juntos, nesse fim de ano.

O filme estreia hoje, 22 de dezembro e tem certa a garantia de diversão.




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Minha Mãe é Uma Peça 2


Minha Mãe é Uma Peça 2

Eu não sei qual é o problema de Paulo Gustavo: mas ele é um dos melhores comediantes que o Brasil tem, atualmente. Tudo que o cara faz dá certo. O que talvez não seja exatamente um problema; mas um acerto de sua incrível capacidade de fazer humor.

Quem já assistiu suas peças sabe disso. As risadas são garantidas do início ao fim. No primeiro filme da mãe/dona de casa que mais grita no Brasil, a querida “Dona Hermínia”, personagem inspirada na mãe do comediante, Paulo Gustavo conseguiu conquistar um público maior ainda. O sucesso foi tanto, que resolveram investir num segundo filme.

O problema é que quando o cinema nacional pega o gancho de um sucesso, acaba errando feio do segundo em diante (quando tem a ousadia de fazer o terceiro). Mas não foi isso o que aconteceu com “Minha Mãe é Uma Peça 2”. A volta de “Dona Hermínia” não decepciona. Suas frases engraçadas, seu tom de voz elevado, seus dramas e, principalmente, seu amor pelos seus filhos, repetem o sucesso do primeiro longa.

Com Marcelina querendo ir para outra cidade, Juliano desempregado e bissexual, um programa de TV e duas irmãs malucas, Hermínia dá conta disso tudo jantando calmantes e divertindo o espectador.

Não dá para esperar uma trama completamente nova, mas o filme se propõe a divertir e cumpre sua função perfeitamente bem, do início ao fim. Além das risadas garantidas, há cenas para emocionar. Essas cenas, eu não gostei muito. Apesar de inseridas no contexto família, acho que as comédias não precisam ter um toque “emocionante fatal” para não perderem o foco (isso não acontece, por isso, pode-se até perdoar o choro forçado).

O filme do diretor César Rodrigues tem a fórmula de sucesso já esperada e não decepciona. Somos fãs de Dona Hermínia e já queremos, quem sabe, um terceiro filme dessa mãe histérica, que tem um pouco de cada mãe que conhecemos; afinal, são os filhos que as enlouquecem. Será mesmo?

Além de Paulo Gustavo, Mariana Xavier e Rodrigo Pandolfo, “Minha Mãe é Uma Peça 2” conta com as presenças de Samantha Schmutz, Herson Capri, Alexandra Richter e Patrícia Travassos.

Comédia brasileira de qualidade!

Etreia hoje, 22 de dezembro, em diversas salas do país. Confira! 



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Capitão Fantástico


Capitão Fantástico

Um pai e seus seis filhos levam uma vida totalmente atípica: longe da civilização, Ben (Viggo Mortensen) educada suas crianças do jeito que acha que eles precisam, do jeito que ele acredita ser correto. Essa família vive em uma floresta, mas acaba precisando ir para a cidade, resolver um problema, e todo o modo de vida acaba por ser revisto.

Com muitas críticas ao modelo exemplar de família, capitalismo e religião, a família de Ben ganha o público sem muito esforço, despertando, inclusive, a curiosidade e vontade de passar por tal experiência. Além da reflexão se o modelo de vida que levamos é o bastante ou precisamos de mais. (Ou menos, se analisarmos somente pelo lado do filme.) A simplicidade é quase sempre cativante, principalmente quando mostrada sob uma ótica tão competente. De qualquer forma, mesmo ganhando a admiração de quem assiste, esse modo de vida alternativa tem também suas falhas, o que acaba por gerar cenas fantásticas.

De um modo geral, as cenas são extremamente inteligentes, não precisam de muito artifício para serem eficientes, apenas um bom diálogo, fabulosas atuações e uma paisagem compõem o filme. A fotografia é linda do início ao fim. A trilha sonora: única! A cena em que eles cantam Sweet Child O’Mine, clássico dos Guns N’ Roses, me fez derrubar um exército de lágrimas e sorrir junto. É de arrepiar!

A direção e roteiro do estreante Matt Ross, leva para o grande público um filme simples, engraçado, emocionante, que tem uma história totalmente cativante. Diferente de tudo que já foi visto, “Capitão Fantástico” arrancou aplausos no Festival de Cannes e de Sundance. As atuações, não posso deixar de ratificar: são impecáveis. Viggo Mortensen me surpreendeu, porque eu já sabia o quão bom ele era, mas não sabia que ele poderia ser melhor ainda; e ele foi. As seis crianças são extraordinárias. Além disso, há participação de Frank Langella, como avô das crianças, que discorda totalmente do modo de vida do seu genro e netos.

É um filme para ser visto, sentido e refletido. Um filme que você deve ter em casa e assistir, de vez em quando, para resgatar valores que vão se perdendo em meio ao caos do dia a dia problemático em que vivemos. Um filme que desperta a vontade de largar tudo e procurar um cuidado melhor com a sua vida, seja em relação a saúde ou ao ambiente que nos cerca.

Procurei não falar muito sobre a história do filme para que, assim como eu, você se surpreenda com tudo e tenha a mesma sensação incrível que eu tive: sem dúvidas, um dos melhores filmes que já vi vida, um dos melhores de 2016.

Se eu pudesse recomendar apenas um filme de 2016, “Capitão Fantástico” seria, sem dúvidas, o escolhido.

Estreia hoje, 22 de dezembro de 2016 e vale: o balde de pipoca, o refrigerante, o doce, o ingresso e a ida ao cinema. IMPERDÍVEL!





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Viva o Ócio



Quando eu era pequena, minha mãe tinha um pôster de Garfield, deitado, completamente "de boas" e em cima tinha escrito: "VIVA O ÓCIO".
Eu não sabia o que significava "ócio", mas eu adorava a cara daquele gato e sentia que o tal do "ócio" devia ser uma coisa boa, afinal, ninguém estaria tão confortável em uma coisa ruim.
Não lembro se perguntei à minha mãe o significado ou se pesquisei no dicionário. Eu sei que cresci apaixonada por Garfield e pelo ócio. E hoje, mais do que nunca, descobri o quanto o ócio é essencial na vida de uma pessoa.
Quando você trabalha tanto, a ponto de não ter tempo nenhum, inclusive para a diversão, sente inveja de Garfield; aquele gato que sabe viver!
Ficamos tão sem tempo para as coisas, que a vida passa e você começa a procurar justificativas, como por exemplo: tudo de ruim é culpa do ano, porque é par; mas chega o ano ímpar e nada melhora. Ou que a culpa é do planeta regente, que muda 10 vezes... entre outras; até que percebe que não é nada disso. Amigo, você precisa mudar é de vida.
Ficamos presos, por uma falsa segurança, na tal zona de (des) conforto, que chegamos a considerar o "bom com aquilo, pior sem"; então vamos nos sufocando e a ficha só cai, quando seu corpo grita: seja uma doença física ou mental, ele grita; ah, grita, sim.
A exaustão de ter que trabalhar tanto, somado a tudo que perdemos no dia a dia, por estarmos cegamente cansados, de qualquer coisa, é irreversível. Então, depois de doenças corporais e mentais, vem a doença da alma. Você se torna mais um. E todas as coisas pelas quais você lutava e acreditava passam a ser indiferentes.
Você entra na caixinha do molde e se torna igual a todos os outros. Só quer trabalhar, receber o salário, no fim do mês, e descansar sempre que pode. O mundo lá fora? Tá rodando, né?!
"A culpa é do sistema", eles dizem. Mas quem criou esse maldito? Eles próprios.
É difícil viver sem um emprego; precisamos comer. E até mesmo o mais básico dos lazeres exige, ao menos, o transporte, que pode ser o público; mas que é pago de qualquer forma.
Entramos num túnel cheio e sem retorno, que nos obriga a nos transformarmos em pessoas sem piedade, frias, calculistas, a fim de nos adequarmos, para suportarmos. A vida humana não vale mais que um tênis Nike ou o último lançamento do iPhone.
Queria ver Garfield e seu ócio, no meio disso tudo. Seria contaminado ou continuaria a tratar Jon como seu escravo humano?
Garfield não me parece o tipo de "pessoa" que se contamina. Um prato de lasanha seguido por uma sonequinha e pronto; estão ali os maiores prazeres de sua vida de realeza.
Cheguei à conclusão, que preciso viver menos o estilo “Tempos Modernos” e ser mais Garfield. E se o preço para conseguir ter paz, entre o que eu sou, o que eu quero ser e que o mundo exige de mim, for começar do zero, correr riscos.... estou dentro. Começo agora!

Viva Garfield!

Domingo, 18 de dezembro de 2016

Texto de Rafa Icó
Revisão de Ana Paula Berenguer Icó

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Sing - Trailer Legendado



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Animais Noturnos - Trailer Legendado



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Sete Minutos Depois da Meia Noite - Trailer Legendado



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Sully - O Herói do Rio Hudson


Sully – O Herói do Rio Hudson

Clint Eastwood volta às telonas, dirigindo um filme baseado em fatos reais e ganhando, ainda mais, a admiração do público. Com Tom Hanks interpretando o piloto-herói “de carne e osso” e Aaron Eckhart como o co-piloto, “Sully – O Herói do Rio Hudson” é um filme comovente e que consegue prender facilmente o público por sua narrativa honesta.

Em 2009, o piloto “Sully”, precisou pousar sobre as águas geladas do Rio Hudson para conseguir salvar a vida dos passageiros e da tripulação do voo US Airways 1549, um total de 155 pessoas. Ao conseguir esse “milagre”, “Sully” se torna um herói para a população americana, mas, mesmo assim, precisa ir aos tribunais justificar o motivo de não ter voltado para LaGuardia ou Teterboro, já que o simulador mostra que seria possível.

Entre o sentimento de ter sobrevivido, salvado diversas pessoas de um acidente, o fato de estar longe de sua família, ter virado uma celebridade e de ter que reviver os momentos tensos nos tribunais, “Sully” fica ainda mais humano diante dos olhos do espectador, que se indigna pelo fato de ele e “Jeff” (Aaron) precisarem passar por aquela situação, sendo que está visível que eles fizeram o que impossível, naquele voo.

O melhor do filme é que Clint não criou nenhuma atmosfera para exaltar “Sully”; para ele ser mais do que é. Também não há enrolação no enredo. Com um pouco mais de uma hora e meia, “Sully – O Herói do Rio Hudson” vai direto ao ponto, fugindo do clichê dramático, que se espera desse tipo de filme.

Verdadeiramente um longa com uma direção fantástica, ratificando a genialidade de Clint ao dirigir um bom drama. Atuações perfeitas de Tom Hanks e Aaron Eckhart, dois atores que nunca decepcionam. E, de quebra, participação da maravilhosa Laura Linney, como esposa de “Sully”, que fala para ele uma das coisas que mais me chamou atenção: “Acabei de me dar conta, apenas agora... Pela primeira vez, que haviam 155 pessoas naquele avião e você era uma delas. Quase perdemos você.”. É como se, só ali, todo mundo entendesse o que ele estava passando.

Ingresso e pipoca que valem a pena.

O filme era para ter estreado aqui no Brasil, no dia 01/12, mas em respeito ao triste acidente do avião do Chapecoense, a estreia foi adiada para o dia 15/12, hoje.



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O Vendedor de Sonhos


O Vendedor de Sonhos

Nunca li um livro de Augusto Cury, mas sempre ouvir falar muito bem. Tinha curiosidade, mas achava que não fazia meu estilo. Gostava de frases que lia pela internet, mas, mesmo assim, nunca quis pegar um livro para ler. Se ganhasse, tudo bem. Mas não aconteceu.

O que aconteceu é que fui ao cinema assistir a um filme baseado na sua obra. E o filme é muito bom! A mensagem é maravilhosa. O tipo de filme que a gente assiste e sai com a sensação de que precisa mudar o rumo da vida.

Após tentar se suicidar, “Júlio César”, um psicólogo renomado, segue o mendigo que o impediu de tirar a própria vida, tornando-se amigos. Chamado de “Mestre”, esse mendigo mostra ao psicólogo que a vida é muito mais do que ele tem ou do que ele perdeu. Essa jornada de descoberta sobre as possibilidades que se pode ter todos os dias, é a história do filme. Paralelo a isso, tem a história do “Mestre”, que vai sendo revelada aos poucos e, apesar de ser facilmente entendida e comum, tem um desfecho inesperado. É triste ver como as pessoas ficam doentes por problemas que são criados por uma vida apressada, onde valorizamos as coisas e deixamos as pessoas que amamos em segundo plano.

Emocionante em diversos momentos, principalmente nos momentos em que há identificação de quem assiste com os personagens do filme, e com muita frase de efeito e muita lição, “O Vendedor de Sonhos” tem as boas atuações de Dan Stulbach (Júlio César) e César Troncoso (Mestre). O elenco também conta com os nomes de Thiago Mendonça, Leonardo Medeiros e Mallu Valle. A direção de Jayme Monjardim tem seus erros consideráveis, mas que não interferem diretamente na história.

Não posso dizer que o longa é fiel ao livro, mas li que, pelo menos, o final foi modificado. Entretanto, o livro com esse novo final foi publicado pela Editora Planeta. A capa é o cartaz do filme. Mais cinco filmes baseados nas obras de Cury estão por vir. Agora fiquei mais curiosa para saber o final “original”.

“O Vendedor de Sonhos” não é um filme com uma história nova, com problematização inédita e com atuações surpreendentes. Mas é bom para darmos uma parada e pensar em tudo que está fora da ordem e como arrumar. Certamente, muitos não terão paciência, já que é passada a sensação de “filme de autoajuda”. Mesmo assim, eu recomendo. Não é o estilo que as pessoas vão assistir muitas vezes, então vale a pena vê-lo na telona, porque além da história em si, há uma paisagem urbana belíssima.

O longa estreia dia 08/12. 

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Tamo Junto


Tamo Junto

O cinema nacional parece ter começado um investimento alto em comédias estilo “American Pie”. O que é bom e uma pena, ao mesmo tempo. É bom, porque é sempre bom assistir a um filme nacional, que por mais que não seja ótimo, cumpra seu papel de entreter. E é ruim, porque o cinema nacional tem condições de fazer uma comédia com total originalidade, sem precisar de grandes influências.

“Tamo Junto” traz a história de “Felipe”, um jovem que ao sair de um relacionamento conturbado, se vê sem a ajuda dos amigos, sem emprego e pronto para curtir a vida. No caminho para curtir a sua ‘liberdade’, ele conta com ajuda de um amigo de infância, que não via há muito tempo, o diferente “Paulo Ricardo” e a, também amiga de infância, “Júlia”.

Não é um filme com surpresas. Mas as atuações de Leandro Soares (Felipe) e Matheus Souza (Paulo Ricardo), deixam o longa melhor do que realmente é. Os gritinhos de “Paulo Ricardo”, as caras de “Felipe”, o rap e o carro que só toca a mesma música são bastante divertidos. As referências do filme a outros filmes, novelas e demais itens da cultura pop, são perfeitamente encaixadas nas falas dos personagens ou no cenário.

A direção e roteiro são do próprio Matheus Souza, que dirigiu o maravilhoso “Apenas o Fim”. “Tamo Junto” é uma boa comédia sobre um cara que curtir a vida e um nerd que quer se encontrar no mundo. Fora isso, não há mais nada para se esperar.

Apesar da atuação de Sophie Charlotte não ser maravilhosa, ver ela cantando é sempre um atrativo à parte. O rap que é feito no filme é muito bom!

“Tamo Junto” estreia hoje, 08/12 e merece ser visto sem compromisso. É um filme de comédia e nada além disso.



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A Última Ressaca do Ano


A Última Ressaca do Ano
(Office Christmas Party)

A empresa de tecnologia de “Clay” precisa de uma festa inesquecível para que sua irmã “Carol”, CEO da empresa, não feche as portas e todos sejam demitidos. Com ajuda de “Josh”, seu amigo e colega de trabalho, “Clay” corre contra o tempo para fazer a melhor festa de Natal que sua empresa já teve.

“A Última Ressaca do Ano” é o tipo de filme que eu espero todo fim de ano. É aquela comédia que traz um problema de fim de ano e que deverá ser resolvido a qualquer custo pelos seus personagens.

É um bom filme, com risada fácil. Muita ação sem noção para fazer o público rir, mas que dá para relevar, porque convence. E se houvesse alguma lógica naquela situação toda, o filme seria, além de repetitivo, sem graça alguma. Com diversos pequenos problemas criados no início, o desenvolvimento vai resolvendo cada um deles, sem deixar passar nada.

Com atores não tão famosos, as atuações são boas. Jason Bateman já é presença garantida nesse tipo de filme. Apesar de parecer ser sempre o mesmo personagem, ele tem um carisma que convence a quem está assistindo. Jennifer Aniston aparece pouco e sua personagem é bastante problemática, mas sua participação vale a pena. A atriz nunca erra. Um destaque, para mim, é a atriz Kate McKinnon. A personagem dela é, talvez, uma das mais sem noção e consegue se meter em situações opostas ao que se espera dela, arrancando boas risadas de quem está assistindo.

O filme de Will Speck e Josh Gordon não é o tipo de filme que pode-se dizer “memorável”, mas que cumpre seu papel de comédia de fim de ano. É bom e vale a pena de ser assistido por quem gosta do gênero.

“A Última Ressaca do Ano” estreia hoje, 08/12.



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Capitão Fantástico - Trailer Legendado

Esse fim de ano está trazendo uma seleção maravilhosa de filmes FABULOSOS.

Confira o trailer de "Capitão Fantástico".

A crítica sai de quarta para quinta. Não perca!



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Anjos da Noite - Guerras de Sangue


Anjos da Noite – Guerras de Sangue
(Underworld - Blood Wars)

A sexy “Selene” (Kate Beckinsale) está de volta aos cinemas. A vampira, inimiga da facção dos vampiros e do clã dos lobisomens, está em fuga para se proteger e proteger sua filha com “Michael”. Dessa vez, ela conta com a ajuda de “David” (Theo James).

Assim como os outros, o filme tem a tonalidade escura, com muita violência e sangue. Empolga por suas sequências de lutas. Para quem não assistiu aos quatro anteriores, a sensação de se sentir deslocado, tenho certeza, estará lá, apesar de no início ter uma breve explicação de como tudo chegou naquele momento. Há também flashbacks que tentam ajudar, mas servem para deixar as pessoas um pouco mais confusas.

Entretanto, o quinto filme da franquia soa como todos os outros. Não há muito o que ser esperado. “Anjos da Noite – Guerras de Sangue” é uma junção dos melhores momentos dos outros filmes, reformulado para uma “nova” história. Não há terror ou um enredo convincente, só fuga e porrada.

Para quem assistiu aos anteriores, vale a pena passar por mais um capítulo da história de “Selene”. Afinal, mesmo com tanta cara fechada, ela consegue conquistar o público e ter a torcida do mesmo. As armas fantásticas, também, são sempre bem vindas. Para quem quer uma boa história de vampiros e lobisomens, recomendo que assista aos outros anteriormente ou esse filme, solto, não vai te dizer nada.

Li que há planos para um sexto filme. Espero que os produtores saibam a hora de terminar, antes de tornar a personagem principal em uma heroína chata, que não faz nada além de ser perseguida a vida toda. Existem muitas possibilidades de encerrar a vida de “Selene”, nos cinemas, sem que o público passe a odiar a franquia inteira. Em algum momento, a tão amada roupa de couro de Kate não vai conseguir salvar a protagonista.

“Anjos da Noite – Guerras de Sangue” estreia hoje.  

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O Último Virgem


O Último Virgem

American Pie ganhou uma versão brasileira e ainda mais tosca.

Dudu (Guilherme Prates) está no último ano do Ensino Médio e, talvez, seja o único garoto virgem do colégio. Com a ajuda de mais três amigos, o nerd sai em uma aventura para perder o “cabaço”.

Sim, o “cabaço”. Esse é o vocabulário do filme. Com direito a muito trocadilho e palavrões, “O Último Virgem” é um filme cheio de clichês, com basicamente nada para ser aproveitado, mas que diverte do início ao fim.

É claro que para se divertir num filme bobo como esse, o público tem que ter o bom senso de ser receptível a qualquer tipo de besteira; afinal, bom senso falta ao filme, do início ao fim. Não há grandes atuações, parece mais uma “Malhação” com uma dose a mais de “sacanagem”.

Se for aprofundar cada situação boba que passa no filme, o filme se tornará pior do que parece: o desespero para perder a virgindade, o machismo de ter que perder a virgindade, as garotas que são usadas apenas para satisfação do rapaz, o orgulho em dizer que não é gay... diversos assuntos que tentam desconstruir todos os dias. Sem contar os estereótipos, claramente forçados, como: amigo pegador-burro, amigo maconheiro-zen, amigo gordo-bobo, garoto nerd-virgem...

Entretanto, como disse anteriormente, se o público tiver o bom senso de levar o longa como apenas mais um besteirol, dessa vez “não-americano”, mas brasileiro, pode se divertir facilmente.

O tipo de filme que só tem um objetivo: arrancar risadas com situações forçadas e estereotipadas. Certamente agradará mais o público adolescente e o público despretensioso. Vale o ingresso e a pipoca, sim.

Lembro que “As Branquelas”, um dos melhores filmes de comédia que já vi, foi um filme bastante criticado, mas que hoje bate recordes de audiência na TV fechada. Não estou comparando, apenas dando um exemplo de que um besteirol que cumpre sua função (divertir) não precisa de mais nada.

“O Último Virgem” estreia hoje, 01/12. 

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O Filho Eterno


O Filho Eterno

Muitas pessoas esperam pelo momento de se tornarem pais. Carregar seu filho no colo, fazer planos, imaginar o futuro... Mas quando seu filho nasce com um problema, como lidar?

“Roberto” (Marcos Veras) e “Cláudia” (Débora Falabella) são um casal beirando os 30 anos, nos 80. Ao receber a visita do médico, após o nascimento do seu primeiro filho, o casal fica sabendo que o garotinho Fabrício tem Síndrome de Down.

O filme leva para o público a dificuldade que o pai tem em aceitar o seu próprio filho. Se uma pessoa com Down tem suas limitações, fica claro que o preconceito, que há na própria casa, é o maior inimigo de qualquer família.

Além de buscar várias alternativas para “consertar” o seu filho, tratar o menino com frieza e chegar a comemorar a baixa expectativa de vida da criança, “Roberto” põe de lado seu casamento, gerando um conflito ao tentar encontrar um culpado pelo o que “Fabrício” é.

O trabalho de Marcos Veras é surpreendente. O público, que está acostumado a vê-lo em comédias, ficará pasmo com a sua capacidade de fazer um trabalho tão sério e impactante. Débora Falabella é uma atriz inquestionável. Já conhecida pelo grande público, ela mantém seu trabalho impecável, mesmo o foco maior sendo na relação “pai x filho”. Pedro Vinicius, ator que dá vida ao fofo Fabrício, mostra uma química forte com Marcos, tornando o filme mais real.

Paulo Machline, diretor do filme, leva aos cinemas um produto nacional maduro e muito bom, apesar de ser, em alguns momentos, um pouco maçante. Quando o filme acaba, deixa a sensação de que poderia ter tido algo mais.

“O Filho Eterno” estreia hoje, 01/12. Vale a pena ser conferido, principalmente para quem gosta do gênero dramático e com uma boa mensagem.


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A Chegada


A Chegada

Um dos melhores filmes do ano chega aos cinemas hoje, quinta-feira (24/11).

Doze naves surgem em doze pontos distintos pela Terra. Os seres humanos logo sentem medo e começam a reagir àquela suposta ameaça. Eles precisam saber com urgência o que aqueles seres querem. A tarefa cabe aos governos; enquanto isso, a população enlouquece em surtos de violência e medo. O governo dos EUA, conta com a ajuda da linguista “Louise Banks” (Amy Adams em das suas melhores atuações) e do cientista “Ian Donnelly” (Jeremy Renner). Porém, os grandes males da raça humana são os seus maiores vilões no filme do brilhante diretor Denis Villeneuve: falta de clareza na comunicação, prepotência e medo do desconhecido.

A personagem de Amy avisa que precisará de algum tempo para conseguir se comunicar com os extraterrestres, iniciando um período de apresentação própria e da língua humana, tentando conhecer a língua deles, também. Enquanto a história se desenvolve, lembranças surgem a todo momento para “Louise”.

Há uma compreensão nítida de que as pessoas não sabem se comunicar. E quando há uma necessidade maior de união entre todos os povos da Terra, um tenta ser melhor do que outro, gerando conflitos desnecessários. É assim que se inicia uma guerra, que como todas outras, é completamente desnecessária. Responder de maneira hostil ao desconhecido ao invés de tentar compreender o que pode ser bom para todos.

Será que a humanidade precisa realmente de uma “visita de fora” para que a comunicação entre os povos faça sentido? Precisa ter uma “ameaça” para que se descubra que o bem maior são os habitantes, de um modo geral, e não o povo de um determinado país?

Para quem acha que é “mais um filme de aliens”, “ficção científica chata”, eu dou uma dica: desconstrua esse pensamento. Esse, talvez, seja o filme mais humano que você vai assistir em sua vida. Os aliens são apenas uma “desculpa” para a história.

Atuações marcantes, fotografia bela, trilha sonora bem elaborada e um roteiro impecável, “A Chegada” é, sem dúvidas, mais um dos grandes nomes da história do cinema. O tipo de filme que você vai assistir e vai ficar na sua cabeça para sempre. Caso não fique, assista de novo, porque você assistiu errado.

Vale o ingresso, a pipoca e as lágrimas.


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Jack Reacher - Sem Retorno


Jack Reacher – Sem Retorno

Tom Cruise está de volta na pele do protagonista “Jack Reacher”, um ex-militar famoso por seus grandes feitos, mas que vive uma vida sumindo do radar de quem o conhece.

“Jack Reacher – Sem Retorno” tem a fórmula do primeiro filme. Esse, por sua vez, tem a fórmula de qualquer filme de ação. A sua duração de 119 minutos é um pouco irritante, já que o filme não tem nenhuma surpresa, nada inovador. Entretanto, o filme está longe de ser ruim. Diverte. Tem um bom roteiro, boas interpretações. Só peca na sensação de dèjá vu.  

“Reacher” se corresponde com a “Major Turner”. Quando decide conhecer pessoalmente a moça, a levando para jantar, descobre que ela está sendo acusada de vazar informações confidenciais e foi presa. Com o sexto sentido apurado (o que não é nenhuma surpresa nesse tipo de filme), ele inicia uma investigação para desvendar o mistério. No caminho, aparece uma adolescente que supostamente é sua filha e entra na mira dos bandidos que ele está perseguindo (o que também não é nenhuma surpresa).

As cenas de ação são bem feitas, apesar do mocinho só derramar duas gostas de sangue durante o filme todo. O roteiro é bem escrito e a direção do filme não erra. Para quem gosta do gênero e não se importa de ver o mesmo filme diversas vezes, com diversos atores e diversos títulos, “Jack Reacher” cumpre a função perfeitamente. O filme só se torna sem maiores atrativos para quem, consciente ou inconscientemente, sabe exatamente como tudo vai acontecer. Mesmo assim, é inegável que entretém.

É preciso renovar as fórmulas do filme de ação. Essa história do “cara herói”, que nunca sorri, que a cada filme tem uma mulher, que fica na mira dos bandidos e polícia o filme todo e no final consegue provar tudo o que, genialmente, sacou sozinho, já alcançou todos os limites possíveis. Tom Cruise é um ator muito bom e que pode ir além de “Missão Impossível” e seus derivados. Pode, facilmente, deixar esse papel para Jason Statham, já que o ator britânico não tem perfil de ir muito além.

Cobie Smulders (Major Turner) e Danika Yarosh (Samantha, a suposta filha de Reacher) ajudam a completar o trio principal do filme, dando o apoio necessário para o roteiro não ficar completamente enfadonho.

“Jack Reacher – Sem Retorno” estreia hoje, quinta-feira (24/11). 

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Elis


Elis – O Filme

Elis Regina é um dos maiores nomes da música brasileira. Quem nasce no Brasil, cresce ouvindo, pelo menos, uma de suas grandes interpretações. A mais famosa, talvez, seja a belíssima letra de Belchior “Como Nossos Pais”.

Hoje, chega aos cinemas a cinebiografia da cantora. São 115 minutos para contar uma história forte, que a gente já conhece. Hugo Prata, diretor do filme, fez um trabalho digno de ser aplaudido de pé. É claro que muitos fatos marcantes da vida de Elis ficaram de fora ou foram retratados com superficialidade, mas é impossível aprofundar em todos os temas da vida de uma artista tão intensa e importante.

O longa passa por sua ascensão, quando ela vai ao Rio de Janeiro e inicia sua carreira, levando sua brilhante voz ao país, deixando a Bossa Nova de lado e firmando a MPB no gosto nacional; seu posicionamento político contra a ditadura, o polêmico episódio em que cantou para os militares; amores, problemas na família, filhos... aspectos essenciais, que não poderiam deixar de ser citados.

Já a relação da cantora com as drogas é retratada de forma rápida e sua morte não tem um tom apelativo. É triste, porque não poderia ser diferente. A impressão que dá, é que quando Elis decidiu se livrar das “amarras” que a incomodavam, ela ficou sem rumo e não aguentou. Precisou trilhar o caminho que a tirou de cena.

A atuação de Andreia Horta é indiscutivelmente perfeita. O jeito de cantar, boca, gestos... é como ver Elis, novamente. Não tenho total propriedade no assunto, mas pelos vídeos que já vi da Pimentinha, não há diferença. O estudo e dedicação da atriz para esse trabalho é admirável. Andreia Horta se entregou ao papel e merece todo o respeito por um trabalho sublime.

Quem também está no filme é o sempre fantástico Júlio Andrade. O ator, que não precisa provar sua capacidade de interpretar qualquer personagem, assume o papel de Lennie Dale, bailarino americano, que ajuda Elis a se expressar melhor, no palco. A ligação dos dois é bonita de ser ver, pena que as cenas são poucas.

Além deles dois, o competente elenco conta com os nomes de Lúcio Mauro Filho, Gustavo Machado, Caco Ciocler e Rodrigo Pandolfo.

A trilha sonora é magnífica; não poderia ser diferente. A abertura com “Como Nossos Pais” já vale o ingresso. A cena em que ela interpreta “Atrás da Porta” é de arrepiar. “Fascinação”, “O Bêbado e o Equilibrista”, “Upa, Neguinho”... enfim. Todas as músicas. Um trilha para ser lembrada para sempre.

“Elis” é uma bela homenagem a uma artista que partiu há 34 anos e continua viva! Uma artista que faz parte da história de um país que é carente de lembranças boas. O longa é um jeito de perpetuar o nome de uma cantora que nunca deverá ser esquecida. Belíssima apresentação aos jovens.



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Animais Fantásticos e Onde Habitam


Animais Fantásticos e Onde Habitam

Um dos filmes mais aguardados do ano finalmente chegou aos cinemas. Com roteiro da maravilhosa J.K. Rowling, “Animais Fantásticos e Onde Habitam” mostra um lado mais maduro do apaixonante mundo de “Harry Potter”.

Eddie Redmayne é “Newt Scamander”, bruxo que chega a Nova Iorque com uma mala cheia de animais estranhos e uma missão. Para conseguir completar o “serviço”, ele passará por diversos tipos de situação. Graças a essas aventuras, o filme tem uma boa dose de ação, o que anima bastante, já que sua duração é um pouco longa.

O carismático personagem de Eddie é agradável, mas consegue ceder com facilidade o seu posto a “Jacob Kowalski”, interpretado por Dan Fogler. “Jacob” é o galã atípico do filme. Tem bom humor, ajuda o personagem principal e ainda leva o coração de uma das mocinhas, além de arrancar risada e a torcida do público.

Katherine Waterson como “Porpentina Goldstein” e Alison Sudol como “Queenie Goldstein” ajudam a deixar a trama ainda mais divertida, já que estão próximas aos rapazes. O elenco em si é muito bom. A escolha de nomes famosos faz com que os espectadores tenham certa familiaridade com os personagens. Ezra Miller, por exemplo, só reforça o seu crescente talento como “Credence”, um rapaz que é tido como estranho e torturado por sua mãe adotiva.

Os tais animais fantásticos também são adoráveis. Extremamente bem feitos e garantem diversão. A vontade é sair do cinema e pegar, por exemplo, “Pelúcio”, um bichinho azul, bem ladrãozinho e apertar de tanta fofura. Se houver “surra” de bonecos, com certeza eu irei atrás. Um encanto!

David Yates, diretor do filme, conhece bem o mundo dos bruxos, já que dirigiu quatro dos oito filmes de Harry Potter. Ou seja: não tinha como errar.

Para os fãs do bruxo mais famoso do mundo, “Animais Fantásticos” será um retorno maravilhoso ao mundo criado por J.K.; para os que não conhecem, é uma boa porta de acesso, já que o spin-off não precisa de conhecimento prévio. A saga será dividida em cinco filmes, o que dá um pouco de medo, já que esse primeiro filme é praticamente redondo, deixando apenas um detalhe para ser resolvido num próximo. Aparentemente, não há necessidade de mais três, entretanto, a mente de J.K. pode ser mais surpreendente do que se imagina.

Além do conteúdo divertido, o longa passa uma mensagem bacana sobre aceitação, mostrando o que pode acontecer caso uma pessoa seja excluída por ser diferente ou dotada de dons que não são entendidos pelos outros ao seu redor. Como é um filme que vai atingir grande parte do público jovem, vale a pena reforçar esse lado, sempre.

Não posso dizer que “Animais Fantásticos e Onde Habitam” é um filme surpreendente; está longe disso. Mas é um filme que dá imenso prazer em assistir por tudo!



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Sob Pressão


Sob Pressão

Mais um filme nacional, nesse fim de ano, para dar orgulho. O título já diz, claramente, o que vem pela frente. Ficamos sob efeito de uma tensão sem fim, por diversos motivos.

Júlio Andrade é “dr. Evandro”, chefe de emergência de um hospital público, no Rio de Janeiro. Um lugar que por si só já é um caos, piora quando começa uma guerra, no morro, entre policiais e bandidos e todos vão parar na mesma emergência. Além do militar e do traficante, há uma criança; um menino que é filho de um homem poderoso, dono de um jornal e que pode destruir a imagem do hospital. Todos baleados, correndo risco de perder a vida.

Três pessoas com sérios problemas e o hospital com um centro cirúrgico só! O capitão da polícia quer que seu colega seja atendido logo. Afinal, a preferência com certeza não é do bandido. O pai do garoto grita aos quatro cantos que vai falar mal do hospital. E o bandido... não tem companhia, mas é o que dá para salvar logo.

A situação, que já é ruim o bastante, fica mais sufocante quando é evidenciado o vício químico de “dr. Evandro”, seu tempo sem dormir e uma equipe com membros excelentes e outros nem tanto, deixando escapar detalhes importantes.

O filme de Andrucha Waddington é uma realidade sem floreio, levada ao cinema para dar um soco na boca do estômago de quem vive às cegas, culpando os médicos por mortes e demoras em filas intermináveis. É difícil perceber que com o recurso que lhes são passados, eles trabalham fazendo milagres. Impossível não tomar partido.

De uma competência imensa, o filme é tenso da primeira sirene que ecoa pela sala até a última. Fiquei com a sensação de que poderia ser feito um seriado desse meio, já que o filme consegue ser melhor do que muito seriado médico que tem por aí, cheio de romances e mortes bonitas para fazer o público ir às lágrimas.

Ponto alto para Marjorie Estiano, que a cada trabalho mostra o seu crescimento como atriz. Ícaro Silva como o competente “Dr. Paulo” e Andréa Beltrão como “Ana Lúcia”, administradora do hospital, só reforçam o grande elenco que compõe o longa. A participação do carismático “Samuel”, vivido por Stepan Nercessian, dá um pouco de leveza, em algumas cenas, ao filme.

Uma orquestra regida da melhor maneira possível, com um resultado impecável.

“Sob Pressão” estreia hoje, 17/11.


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Pequeno Segredo


Pequeno Segredo

Baseado em fatos reais, “Pequeno Segredo” traz três histórias que se conectam. O filme do diretor David Schurmann, que errou feio anteriormente em “Desaparecidos”, é uma parte da história de sua família, o que talvez tenha o ajudado a realizar um filme tão bonito e emocionante.

O possível representante do Brasil no Oscar, tem uma fotografia impecável e atuações maravilhosas, como das veteranas Júlia Lemmertz (Heloisa Schurmann), Maria Flor (Jeanne) e Fionnula Flanagan (Barbara). As mulheres estão indiscutivelmente fantásticas.

O roteiro, a princípio, pode ser um pouco confuso. Entretanto, quando você o entende, ele flui sem maiores problemas. É um pouco do que estamos acostumados a ver em dramas: amor arrebatador, família, problemas internos etc.

Por ser um drama real, não pude deixar de me envolver, principalmente quando comecei a entender o que aconteceria. Quem conhece a história da família, não terá surpresa, talvez ache o filme até monótono, mas ele é, na verdade, bastante comovente.

O amor entre “Jeanne” e “Robert” é pouco convincente, talvez porque os atores não tenham nenhuma química, apesar da bela atuação, como eu citei anteriormente, de Maria Flor, ou pelo fato de ser mostrado superficialmente; uma base para chegar ao fim, sem aprofundamento.

A personagem sem-noção “Barbara” cumpre bem o seu papel de ser extremamente irritante, mas tem um certo carisma. O tipo de parente que a gente só vê graça, porque é da família dos outros; se fosse da nossa...

A relação entre “Heloisa” e “Kat” e o desenrolar de como elas chegaram nessa relação-parceria de mãe e filha, é tão bonito, que é injusto dizer que “Pequeno Segredo” apela para a emoção. A emoção está ali, simplesmente. Um filme que narra uma história baseada em fatos reais, principalmente, quando dirigido por alguém que esteve no meio dessa narrativa, não tem como não ser aprofundado sem nenhum sentimentalismo. Dura do jeito que já é, essa história precisava sim de um pouco de “floreamento e borboletas”.

O livro de Heloisa Schurmann, “Pequeno Segredo – A Lição de Vida de Kat para a Família Schurmann”, foi adaptado de uma maneira bonita e honesta pelo seu filho, David.

Ponto alto para a estreante Mariana Goulart, que entrega um trabalho maravilhoso! Por ser uma criança passando por momentos tão difíceis e descobertas que muitos adultos não aguentariam, mesmo assim, com uma leveza surpreendente.

A garotinha “Kat” merecia mesmo uma homenagem dessa!

Mais um bom capítulo na história do cinema nacional, “Pequeno Segredo” estreia hoje, dia 10 de novembro.


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XXX3 - Trailer Legendado


Trailer legendado de "xXx: Reativado".




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A Luz Entre Oceanos



“Você só tem que perdoar uma vez. Mas para se ressentir, você tem que fazer isso o dia todo, todo dia. Tem que ficar se lembrando de todas as coisas ruins.”

Baseado no romance homônimo de M.L. Stedman, “A Luz Entre Oceanos” chega às telonas sob a direção e roteiro de Derek Cianfrance; com Michael Fassbender, Alicia Vikander e Rachel Weisz.

“Tom Sherbourne” trabalha num farol e mora com a esposa, na região costeira da Austrália, isolado do resto da cidade. Após tentativas frustradas de terem um filho, “Tom” e “Isabel” encontram um barco à deriva com um bebê e um homem morto. Com tanta tristeza por conta dos abortos de “Isabel”, eles decidem ficar com a criança e cuidar dela, como se fosse filho deles.

O filme é um drama pesado e a tristeza paira nas duas horas e meia, até mesmo nas cenas felizes. Talvez seja o tom melancólico dele, que está ali, do início ao fim. Não li o livro, mas caso o filme seja fiel, imagino que deva ser uma leitura difícil e arrastada, para que se tome fôlego e possa seguir em frente.

Contudo, o filme é muito bom! Um pouco longo, mas bom. Algumas vezes, torci para que acabasse logo, porque é difícil digerir. Digerir, inclusive, os seus princípios ali. Você torce para uma personagem que é errada, mas não chega a ser uma vilã. Deseja que outra, que é a certa, mas não chega a ser a mocinha, deixe tudo do jeito que está e siga sua vida. Entretanto, ao se por no lugar dela, a gente se pergunta se faria isso. É complexo!

Me arrancou da minha zona de conforto, no cinema e me fez ir para Austrália, tentar resolver tudo pacificamente. Impossível.

A fotografia do filme é uma atração à parte. Vale a pena ser vista e admirada.

Alicia Vikander ratifica o motivo de ter ganhado um Oscar (atriz coadjuvante) esse ano. Sua interpretação é a certeza de que, em pouco tempo, ela receberá o maior prêmio do cinema, mas dessa vez, como melhor atriz. Sua personagem que tem, a princípio, a ousadia da juventude, vai se transformando em uma mulher feliz, depois numa mulher deprimida e, em seguida, numa mulher desesperada, cheia de remorso e raiva. Trabalho impecável da atriz.  Michael Fassbender como um homem cheio de traumas, que segue sua vida com poucas palavras, mas cheio de bondade, princípios e amor, ratifica, também, a frustração por ele não ter uma estatueta em casa. Ele fica melhor a cada dia! Rachel Weisz não fica atrás. A personagem tão cheia de dúvidas e certezas sobre como lidar com a situação, passa o sofrimento com muita facilidade para quem assiste. É quase impossível não se colocar nos lugares de todos.


Para quem gosta de um drama intenso, onde as chances de derramar lágrimas são de 99,9%, “A Luz Entre Oceanos” entrega de forma bonita, mas triste, um dos filmes mais pesados que já assisti. 

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