A Grande Muralha
Matt Damon em um filme onde não
precisa ser resgatado. Praticamente inédito isso. Se bem que em uma parte, se
não fosse Pascal... é, não tem jeito, em um determinado momento, não importa o
filme, alguém precisa resgatar Sr. Damon. Brincadeiras à parte, vamos ao que
interessa.
“A Grande Muralha” é um filme
sobre uma das lendas que se tem sobre a Grande Muralha da China. É um filme de
época e fantasioso, dirigido por Zhang
Yimou, conhecido por “O Clã das Adagas Voadoras”. O diretor chinês leva ao
público um filme com orçamento proporcional ao tamanho da muralha, muitos
efeitos especiais e boas atuações.
A lenda, que é completamente
cinematográfica, conta que a Muralha foi construída para evitar que criaturas
invadissem a cidade e se alimentassem da população chinesa. Uma premissa interessante
e que tem bom desenvolvimento no filme.
A primeira criatura aparece quando
um grupo, que está em busca do “pó negro”, a pólvora (desconhecida até então),
para levar para os EUA, Europa e conseguir dinheiro. Eles estão descansando e
são atacados. Dentro do grupo, estão William, interpretado por Matt Damon e
Tovar, interpretado pelo maravilhoso Pedro Pascal, os únicos que sobrevivem ao
ataque. A mão da criatura fica ali e William, por precaução, resolve leva-la
para o seu destino.
Ao chegarem na Muralha, William e
Tovar são feitos de prisioneiros e passam a observar o funcionamento do
exército. Os grupos são diferenciados por cores, incluindo um grupo de mulheres
guerreiras. O exército chinês tem como
preocupação exterminar as criaturas ou, pelo menos, mantê-las afastadas.
O início do filme é cheio de ação
e empolgante. Eu, que não tinha lido a sinopse, nem visto trailer, fiquei
extremamente curiosa, louca para entender o que estava acontecendo. Quando
percebi que era um filme de fantasia, me desanimei um pouco, por causa de “A
Cura”, mas não tem nada a ver.
As criaturas são extremamente
bizarras, me lembraram um pouco os lobisomens de “Anjos da Noite”, mas não tem
nada um do outro. As cenas de luta são boas, mas achei um exagero o número de “Tao
Tei”, nome das criaturas. E é aí que a magia acaba e entra o velho e bom clichê.
Confesso que uma das coisas que
me desapontou na trama, foi a necessidade da ajuda do personagem de Matta Damon
para arquitetar um plano. Achei mesmo que a Comandante Lin Mei ia despontar
como protagonista feminina, que não erra nada, mas a dependência de um
homem-americano me deixou amarga. Se fosse uma produção norte-americana, eu até
entenderia, mas enfim.
Além disso, o personagem de William
Dafoe e nada: idem. Não curti a participação do ator. A dupla vivida por Damon
e Pascal estava boa demais, não precisava de mais um personagem de fora. Vida
que segue.
Zhang Yimou não errou, mas também
não acertou. É mais um filme de superprodução que dá para entreter fácil, mas
que dificilmente será assistido com tanta empolgação pela segunda vez. Se não
fossem as cenas de ação, os efeitos visuais maravilhosos e um enredo novo,
apesar de uma resolução totalmente clichê, eu não ficasse tão envolvida com a
tela.
Vale a pena assistir no cinema,
porque ver toda a comunicação visual do filme na telona é fantástico, mas não
vale a pena criar grandes expectativas, porque pode decepcionar um pouquinho.
“A Grande Muralha” estreia hoje,
23/02 e é uma boa pedida para quem só gosta de pipoca no cinema. (Trocadilho
tosco, mas já fiz, já era.)