Cinquenta Tons Mais Escuros


Cinquenta Tons Mais Escuros

Christian Grey e Anastasia Steele foram apresentados ao público através do livro “Cinquenta Tons de Cinza”, da autora E.L. James. Um livro polêmico, que deu o que falar e levantou muitos seguidores. Seja pelo amor ao livro, seja pelo ódio, “Cinquenta Tons de Cinza” tem um mérito que poucos autores conseguem: repercussão grande.

Obviamente, um sucesso literário desse tamanho acabaria por virar um dos filmes mais esperados. E, também, um dos mais odiados, mesmo sem ter sido lançado. A escrita de E.L. James, eu sempre disse que não era das melhores. Pobre, repetitiva, apelativa e extremamente clichê tinha tudo para ser um fracasso. Ao levar a público uma fanfic baseada no livro/filme (também amado/odiado ao extremo) “Crepúsculo”, tenho certeza que a autora já estava preparada para todos os ataques. No entanto, é um produto bom, é uma história de amor que pode ser aproveitada e entreter o público. Sem mais. Nem todos os livros são para salvar a humanidade. Quando as pessoas vão conseguir entender isso?

Como é difícil agradar alguém nesse mundo moderno!

Mas não importa. Mesmo com uma leva imensa de haters, a curiosidade foi despertada, a sexualidade foi levada para dentro das casas de família e deu o que falar. O primeiro filme, recordes de bilheteria, odiado com paixão pelos haters, e pelos os que têm vergonha de assumir que gostaram, foi uma versão da trilogia mal escrita, melhorada. Com direção de Sam Taylor, o primeiro filme serviu para que algumas pessoas mudassem de ideia e passassem a ver a história com menos rancor no coração, apesar de alguns furos aqui, outros ali...

E então, o fenômeno mundial de bilheterias retornou para desgosto da família tradicional brasileira, dos moralistas e dos cults. E voltou ainda mais clichê, mais sensual, com mais furinhos e com mais chance do público se apaixonar pelo casal bizarro.

O milionário traumatizado, que curte bater nas suas submissas e a virgem que espera o príncipe encantado, após o término do relacionamento, procuram se entender e entender o limite e desejos um dos outros, além do ego enorme ($$$) de Mr. Grey.

Muita gente alega que ali não tem nada de BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo – sim, procurei no Google), mas para quem não é do “ramo”’, não tem problema. A intenção não é aprofundar no universo masoquista e sim em como o rapazinho foi enveredar por aí, a relação dele com Anastasia e o amor deles. Não exijam de um filme o que ele não é!

E então, voltando ao filme, eles se entendem, mas ainda precisam enfrentar medos, receios, ex-submissa e ex-dominante ciumentas e um chefe ordinário. Muito problema para ser resolvido em duas horas de filme.

Trilha sonora excelente, fotografia bonita, roteiro e direção bons. Pode melhorar? Sim. Mas convence.  Saí do cinema ainda mais apaixonada pelo casal “sombrio”. No Filmow, dei nota 5, porque eu realmente gostei do filme e acho de extremo mal gosto quem já vai ao cinema predisposto a criticar. Se não faz seu gênero, beleza. Todo mundo respeita. O que não entendo, é ir para uma sala de cinema, pagar por isso e ficar atrapalhando quem, de fato, gosta. Ninguém é melhor por não gostar de “Cinquenta Tons”, nem pior. Mas é um babaca quem fica rindo alto ou criticando o filme durante a exibição. Mais respeito, gente.

Não vou entrar no mérito de: “só dona de casa assiste” ou “só virgem gosta” ou “ela só deixa ele bater, porque o cara é rico”, porque isso não é de fácil entendimento de quem está a fim de atacar. Como eu disse aqui no blog anteriormente: é mais fácil odiar. Entender é mais complexo, nem sempre vale a pena “pensar” nisso.

Então, recomendo esse filme gostosinho a todos que não têm preconceito, que gostam de entretenimento e que não falam durante o filme. Recomendo aos casais recém-apaixonados e aos que precisam se apaixonar novamente.

“Cinquenta Tons” está longe de ganhar o Oscar, mas cumpre o que promete. E, às vezes, é só isso o que importa.

O longa estreia hoje, 09 de fevereiro.

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