A Cura


A Cura

Quando você começa a assistir a um filme, se ele for bom, dificilmente você quer que ele acabe. Em “A Cura”, o início do filme prende sua atenção. Você quer saber o que está acontecendo ali. Quer saber o que é a tal cura e qual é a doença que precisa da tal cura. Entretanto, em um determinado ponto você só faz se perguntar: não acaba nunca?

Lockhart, um executivo de finanças, precisa ir a um SPA, na Suíça, para buscar seu chefe. O SPA é em um castelo construído há séculos, cheio de histórias. Ao chegar lá, ele encontra dificuldades para falar com o homem. Sem poder voltar para Nova York e sem o objetivo cumprido, ele decide passar o dia na cidade. No entanto, quando está retornando, sofre um acidente e acorda no SPA, com a perna quebrada e possibilidade zero de retornar à cidade dentro do prazo planejado.

Para completar, não há sinal de celular. Lockhart não consegue se comunicar com ninguém de fora e começa a perceber coisas estranhas pelo castelo, inclusive uma jovem paciente chamada Hannah. O ritmo do filme é bom, o problema é que ele começa a ficar evidente desde a hora que o rapaz acorda com a perna quebrada. A gente percebe ali, que a coisa vai amarrar. E não dá outra!

O longa dá voltas e mais voltas no mesmo lugar, sempre trazendo as mesmas informações como se fosse um quebra-cabeça de nove peças: não quebra nada, irrita. A esperança é que haja um plot twist no final e que a gente diga: VALEU A PENA.

Com uma direção de arte maravilhosa, fotografia impecável e atuações que quase salvam o roteiro, “A Cura”, infelizmente, não sai do QUASE. Algumas cenas são sufocantes; incomodam, dão gastura... o suspense é bom, mas é cansativo. A vontade de querer achar que tem algo maior por trás daquilo tudo é frustrada, porque não há.

Talvez se o filme tivesse uns 40 minutos a menos, ele se salvasse. O final fantasioso poderia ser aceitável, porque acho interessante a possibilidade de sair do lugar-comum e, por mais esperado que fosse, não perdesse a graça por ter dado, o tempo todo, a esperança de algo maior.

Poderia ser um grande thriller, mas não agrada. Uma pena.

“A Cura” estreia hoje, 16/02. Não vale a pipoca, nem as duas horas na poltrona do cinema. A sensação de alívio quando ele acaba é a melhor parte.

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