Após ler “A Garota no Trem”, passei
um ano na espera desse filme. Me apaixonei pela narrativa de Paula Hawkins. Sua
forma de conduzir suas personagens, sua escrita e a forma de casar as
situações... ela é brilhante. Vi todas as cenas claramente em minha cabeça e
desejei profundamente vê-las em uma sala de cinema. Quando assisti, me senti
aliviada! Tate Taylor (diretor) e Erin Cressida Wilson (roteirista) entregaram
um filme de suspense completamente competente e bastante fiel à sua base.
Principalmente, pelo fato do
livro ter três narradoras, o que eu imaginava ser complicado levar para as
telas, mas que não deixou a desejar em nada.
“Rachel” pega, todo dia, às 08h04
o trem. Através das janelas, ela acaba se interessando por um casal, que
aparenta ter uma vida conjugal perfeita; o oposto da que ela teve com seu
ex-marido. Por coincidência, a casa em que morou com o ex, fica próxima à casa
do casal apaixonado.
A vida de “Rachel” é repetida
todos os dias. Ela está presa ao seu cotidiano. Não há emoções. Entretanto,
tudo muda quando ela ver algo de estranho na casa do casal e, depois, nos
noticiários, o sumiço da mulher.
A protagonista tem pouca
credibilidade; abusa do álcool, mente sobre o emprego, persegue o ex-marido
“Tom” e tem apagões por causa de seu alcoolismo. Nada pode ajudar “Rachel” em
ser uma boa testemunha, mas, mesmo assim, ela deseja ajudar o casal que, de
certa forma, já é tão íntimo, para ela.
O filme, assim como o livro, não
tem um final surpreendente. É fácil de sacar suas mensagens, ainda mais quando
a gente já conhece o gênero. Apesar disso, assim como eu falei do livro, a
trama toda é envolvente e faz o final previsível valer a pena. Às vezes, o que
o espectador quer, não é um final surpreendente, mas uma narrativa que não faça
ele se arrepender do valor do ingresso.
Emily Blunt está
indiscutivelmente maravilhosa na pele de “Rachel”. Suas expressões fazem com
que você sofra junto a personagem. Se duvidar, até sentir o cheiro de álcool
emanando do seu hálito. Os olhos vermelhos e seus rompantes de loucura... tudo
muito bem trabalhado e com êxito.
Rebecca Ferguson como “Anna”, a
atual mulher de “Tom”, na pele de uma esposa que sente saudades de ser a
amante, mas que está satisfeita com seu papel atual, também consegue passar
bastante credibilidade.
Haley Bennet como “Megan”, a moça
desaparecida, a esposa com um relacionamento perfeito, observada por “Rachel”,
que tem uma história fantástica por trás e parece nunca está satisfeita com
nada que a cerca.
As atrizes fazem um trabalho
dignos de admiração. Os atores, Justin Theroux e Luke Evans, encarnam seus
personagens com muita responsabilidade, mas o filme, com certeza, é das
mulheres.
Para quem assistiu/leu e gostou
de “Garota Exemplar”, “A Garota no Trem” é, sem dúvidas, o filme certo para
assistir essa semana.
“A Garota no Trem” estreia 27 de
outubro, quinta-feira.