Regras:
1 – Nunca jogue sozinho.
2 - Nunca jogue num cemitério.
3 - Sempre diga ‘adeus’.
“Ouija – A Origem do Mal” era,
para mim, mais um filme de terror onde eu não ia tomar nenhum susto e sair do
cinema com a sensação de: “tentei mais uma vez, mas ninguém acerta mais fazer
um bom filme de terror”.
A verdade é que eu cansei de
filme terror, gênero que já foi o meu favorito na infância, mas que me deixou extremamente
decepcionada ao longo dos meus 28 anos, já que nenhum conseguia me surpreender
ou entreter da forma devida. De qualquer forma, não abri mão dos filmes; vez ou
outra, tentava. Antes de assistir “A Maldição da Floresta” (confira a crítica
aqui no blog), eu tive o desprazer de assistir ao novo “A Bruxa de Blair”:
quase foi a porta para o meu abandono total do gênero.
Segui em frente e “A Maldição da
Floresta” me fez repensar nas pazes com o terror. Chegou a vez de “Ouija – A Origem
do Mal” e fui já esperando uma bomba. Lembro que quando assisti ao “Ouija – O Jogo
dos Espíritos”, achei muito ruim. Deve ter sido uma experiência tão terrível,
porque não lembro mais nada do filme. Vida que segue.
“Ouija – A Origem do Mal” não
traz nada de novo, para variar. Mas entretém e deixa o espectador ligado. Não é
difícil de saber tudo o que vai acontecer, com quem vai acontecer e, mesmo
assim, há um pouco de envolvimento com o filme. As personagens são cativantes;
uma mãe recém-viúva, que trabalha como vidente (golpista) para sustentar a casa
e as duas filhas, uma adolescente e uma mais nova, que não é muito popular na
escola. A filha adolescente foge, em uma determinada noite e junto com os
amigos, resolve brincar de “Ouija”, mesmo não acreditando em nada. Por achar
interessante, indica o jogo à mãe, para que ela possa incluir no seu “trabalho”.
Quem acaba encantada pelo jogo, é a menina mais nova, que chama o pai para “matar
a saudade”.
O longa é ambientado na década de 60 e não deixa a desejar em nada nesse aspecto: figurino e ambientação. A
trilha sonora também é boa e não apela o tempo todo para assustar o público, o
que já é um diferencial. Outro diferencial é que “Ouija” nos deixa mais aflitos
do que assustados. Sabemos em qual cena haverá um susto, mas as descobertas ao
longo do filme, vai deixando aquela angústia dentro da gente. Para alguns, essa
angústia pode ser “burrice das personagens”, então, sendo assim, não haverá
graça nenhuma, só irritação.
Acho que há pouco exploração em
algumas cenas, a história se passa rápida e, algumas vezes, parece ficar de
forma superficial. Entretanto, acho que quem vai assistir a um filme de terror não
está esperando uma explicação profunda sobre os fatos; eles apresentados estão
de bom tamanho.
O ponto alto são as atuações maravilhosas
das irmãs “Doris” (Lulu Wilson) e “Lina” (Annalise Basso). As atrizes seguram o
filme do início ao fim sem precisar de muito esforço. São extremamente boas.
Elizabeth Reaser, atriz que faz a mãe, também está muito bem. É bom ver a “Esme”,
de Crepúsculo, crescendo. A participação dela na série “Easy”, do Netflix, me
fez prestar mais atenção em seu trabalho; gostei de chegar no cinema e dar de
cara com ela.
O ponto fraco são as regras. A
terceira regra é “nunca saia sem dizer adeus” e, absolutamente, ninguém cumpre
essa regra. Desde o início, eu achei que ia acontecer algo por causa desse
descumprimento, mas parece que as regras foram esquecidas. Só uma, depois, é
lembrada. Fiquei com a sensação de “ué?” todas as vezes que alguém jogava.
Esperava uma fidelidade maior ao jogo.
“Ouija – A Origem do Mal” chega
aos cinemas hoje, 20 de outubro e reacende a chama nos fãs de terror. Não é o
melhor, mas é um passo para uma boa leva que está surgindo. Me agradou muito.