Dan Brown não decepciona. A primeira
vez que li um livro dele foi quando “O Código Da Vinci” estourou aqui no Brasil
e só se falava em Dan Brown pra lá, Igreja Católica pra cá. Coisa, certamente,
dos Illuminatis. Pesquisei sobre e vi que havia um livro com “Robert Langdon”
(personagem principal), mas que a história era passada antes de “O Código”. Meu
avô me deu meu presente de Natal “in cash” e eu decidi descobri o motivo de
tanta polêmica. Como sou filha de virginiana, tinha que ser “na ordem”. Parti
para “Anjos e Demônios” e devorei o livro rapidamente. Era muito suspense,
muita falta de ar, muitas paradas para olhar para a parede e ficar “meio que
tipo assim, sei lá”.
Após essa química sem explicação,
corri para as páginas de “O Código da Vinci” e, de novo, passei por uma
experiência de amor intenso por um livro. Achei que tinha me apaixonado por Dan
Brown e que ele era o melhor autor do mundo. O jeito como ele liga um assunto a
outro, como ele detalha as coisas nos livros... você viaja facilmente por todos
os cenários. As personagens são bem construídas; é fácil querer conhecer “Robert
Langdon”; quem não gostaria de ter um cara tão brilhante como amigo? Ao menos,
um autógrafo em um dos seus livros, por favor.
Mas aí, veio o livro “Ponto de
Impacto” e eu o peguei emprestado com alguém, que eu não lembro quem é. Só sei
que era amigo de uma amiga e bem... desculpa, mas seu livro está comigo até
hoje. Juro que está bem cuidado, afinal, já é meu (?). Só que eu comecei a ler
e eu tenho um problema: não consigo ler livro emprestado. Ou seja: não li.
Talvez, agora, depois de tantos anos comigo, eu já me sinta íntima (dona) e
consiga ler. Mas não é esse o foco. O fato é: minha paixão platônica por Dan
Brown passou. E eu o deixei de lado. Piriguete literária.
Meu avô se encantou com “O
Símbolo Perdido”, eu fiz ele me presentear com um exemplar e, mais uma vez, não
li. Veio “Inferno” e eu nem me empolguei mais. Não pedi, não fiz menção de
comprar. Era apenas mais um livro sendo lançado.
Começaram os filmes. Assisti a
adaptação cinematográfica de “O Código da Vinci” e, apesar de ter gostado, não
foi o suficiente para ter me levado ao cinema mais uma vez e assistir a
adaptação de um livro que eu tinha gostado tanto: “Anjos e Demônios”. Eu e “Robert”
tínhamos rompido brutalmente.
Então, estou eu na sala de cinema
e eis que surge Tom Hanks e Ben Foster num mesmo trailer. “Langdon” estava de
volta à minha vida, porque o trailer me fez sentir uma vontade imensa de
assistir e voltar ao mundo cheio de símbolos e suspense de Dan Brown.
A chama se acendeu de uma forma
tão forte, que quando fui ao Centro Assis, vi no seu pequeno sebo “Inferno”,
praticamente intacto, por 10 reais, achei que eram os espíritos me guiando de
volta para o caminho que eu havia trilhado há alguns anos, mas desviei. Comecei
a ler o livro e fui abrindo aquele sorriso que só quem é apaixonado por tramas
vai entender. Mas não consegui ler em uma semana. Comprei o livro na
terça-feira (04/10/16) e tinha uma Cabine de Imprensa na terça seguinte
(11/10/16). Fui só com o início lido e não me arrependi. Fiquei nervosa, remexi
na cadeira, me choquei.
O filme traz “Robert Langdon” acordando
no quarto de hospital, em Florença, sem se lembrar de como foi parar ali e,
principalmente: o que estava fazendo tão longe de casa. Após uma policial
tentar mata-lo, o professor recebe ajuda da médica Sienna Brooks. Eles
descobrem que um bilionário desenvolveu um vírus para aniquilar metade da
humanidade. A história é construída através de flashbacks e de sonhos, que acompanham
“Langdon”, enquanto ele foge e tenta descobrir aonde está o vírus.
Confesso em que um determinado momento do
filme senti muito sono, porque a narrativa fica um pouco amarrada, lenta. Mas
não foi nada que tenha prejudicado o meu reencontro com o professor de Harvard.
Um time composto, como citei
anteriormente, por Tom Hanks e Ben Foster, já é motivo forte para saber que é
coisa boa, ainda acrescentam Felicity Jones e Omar Sy... é um time completo de
puro talento. Tom Howard só fez ratificar o seu talento como diretor e ganhar
ainda mais a minha admiração e respeito.
“Inferno” chega aos cinemas com
uma paisagem magnífica, suspense bem construído, a humanidade correndo risco e
muita mensagem oculta em artes históricas. Fiquei curiosa para conhecer mais sobre
Dante, seu inferno e sua Beatriz. Impossível dizer que Dan Brown não traz nada
de bom, que sua obra não acrescenta em nada. No meu roteiro de viagens, estão
todos os cenários dos seus livros que li e os que, com certeza, lerei até o fim
do ano.
Para quem quer ir ao cinema, no
fim de semana, assistir a algo MUITO BOM... “Cerca Trova”.