Duas pessoas que se conhecem através de um e-mail errado e começam a conversar. O que pode surgir de um encontro totalmente orquestrado pelo acaso?
“Emmi Rothner” desejava apenas cancelar a assinatura de uma revista, mas acaba enviando um e-mail, para “Leo Leike”. Leo só a responde após a terceira tentativa de cancelamento. Alguns meses depois, “Emmi” manda um e-mail de Natal e o rapaz está, indevidamente, em sua lista. Então, os dois começam a conversar.
A princípio, uma conversa sem profundidade e que logo será encerrada. Mas você sabe que não vai, porque tem o restante do livro. E aí, você se pergunta se eles vão continuar se falando, se vão se conhecer pessoalmente, se vão ter um caso e como é a vida de cada um.
O livro, do início ao fim, é uma troca de e-mails entre “Emmi” e “Leo”. O que acontece no dia a dia, deles, está ali, em uma troca afetuosa, de dois amigos virtuais, que descobrem uma cumplicidade em bytes e desperta a curiosidade do leitor. É diferente! E o fato de serem e-mails, dá uma sensação de que o livro pode ser lido de vez. Afinal, qual é a dificuldade de abrir um e-mail e ler?
De repente, você sem perceber, enquanto está lendo o livro, começa a ouvir (em sua cabeça) o barulho de mensagem chegando, no PC, a sentir frio na barriga, ansiar pelas respostas…. se envolve. Quando um dos dois demora a responder, é como se você fosse o que está esperando e fica se perguntando “aonde está Emmi?”, “aonde está Leo?”, “por que a demora?” Chega a sentir saudade deles, quando precisa se afastar do livro por poucas horas. Quando você se dá conta, percebe que trilhou um caminho sem volta. Agora, é questão de “vida ou morte”, ir até o fim.
O livro “@amor”, de Daniel Glattauer é encantador. O autor cria um universo tão grande, em um ambiente, que parece ser tão simples… e te cativa através de cada palavra dos e-mails, que estão ali. É incontestável que, às vezes, “Emmi” desperta uma leve raiva no leitor, mas nada que “ela” não consiga reverter depois. “Leo” é mais tranquilo, talvez por isso o rapaz tenha mais fãs.
É possível se identificar com os dois personagens. “Leo” e “Emmi” têm um pouquinho de cada pessoa, que possa ler o livro; ou seja: todo mundo. Seja por uma vida estranha, romantismo, sagacidade, desejos… em algum momento, com certeza, você irá se identificar.
A questão maior é o final: desesperador. Prepare-se para ficar sem ar, sem chão, sem rumo. É inquietante! Acima disso: provocante! Para a sorte de quem descobriu esse livro anos depois do seu lançamento, há uma continuação e um jeito da vida voltar ao normal. (Ou não.)
A continuação tem o título de “A Sétima Onda”. O motivo do título é cativante. Tão encantador quando “@amor”, é mais um jeito de prolongar a presença de “Emmi” e “Leo” no dia a dia de quem não vai conseguir deixar de pensar neles, mesmo depois de algum tempo.
Nunca tinha lido ou escutado falar sobre “@amor” e “A Sétima Onda”. Foi recomendação de uma amiga, que conheci, na internet, também por acaso. Ela me disse: “você PRECISA ler”, e nós sabemos que quando há caixa alta envolvida, é porque o caso é deveras sério. Quando li, ela releu e foi ainda mais prazeroso. Se tiver com quem dividir sua angústia e felicidade ao ler esses livros, faça. Eu, como uma fã incondicional de “Leo Leike”, quis compartilhá-lo com minha prima, que também se apaixonou e, enquanto lia, sempre comentava. Uma corrente literária, totalmente do bem.
Foram os primeiros livros que li no formato digital e que me fizeram perder o preconceito com a plataforma; inclusive, viciei. Mas eles podem ser encontrados, também, nas livrarias. Com certeza estão na minha lista, porque me marcaram de uma forma tão bonita, que ficou a certeza de que preciso tê-los ao alcance de minhas mãos. Uma forma de ter “Leo” e “Emmi” mais perto de mim. Mais do que recomendado! Os livros de Daniel são apaixonantes, cativantes e lindos!
“Para mim, você é como uma segunda voz dentro de mim, que me acompanha durante o dia a dia. Você faz meu monólogo interior um diálogo. Você enriquece a minha vida.”
Publicado originalmente: http://femininoealem.com.br/23707/emmi-e-leo/