Como Nossos Pais
Sempre deixo para postar sobre o
filme, na madrugada de sua estreia. Mas, assim como eu fiz com “Mulher
Maravilha”, vou fazer com “Como Nossos Pais”: vou liberar a crítica antes.
Ainda mais, depois que o filme levou 6 Kikitos, no Festival de Cinema de
Gramado. Pouca coisa já deu para perceber que, definitivamente, não é.
Laís Bodanzky (Bicho de Sete
Cabeças) fez um trabalho impecável de direção ao levar para as telonas a
história de Rosa (Maria Ribeiro), uma mulher que desempenha o papel da mulher
moderna, que trabalha em uma empresa fora de casa, contribui com as despesas do
lar (às vezes sendo a fonte principal) e a mulher clássica, que toma conta da
casa e dos filhos.
Após uma descoberta familiar,
Rosa entende que a vida que leva está a deixando insatisfeita em todos os quesitos.
O trabalho que não gosta, porque não é aquilo que queria, as responsabilidades
que caem toda sobre seus ombros, já que seu marido (Paulinho Vilhena) é mero
coadjuvante na vida familiar e, até mesmo, a questão afetiva que tem (ou não)
com ele. Como se isso tudo não fosse sufocante o suficiente, há um conflito
eterno com a mãe (Clarisse Abujamra) e um pai, muito gente boa, mas totalmente
fora de realidade, que se torna mais uma responsabilidade de Rosa.
A construção desses conflitos
vividos por Rosa, como vão sendo apresentados na forma de cotidiano, é
fantástica. Com muita naturalidade, a ponto de não parecer problemas, mas sim “coisas
da vida”, mas que acabam por sufocar, todos os dias, tantas pessoas. Uma
história que você se identifica um pouco ou muito, porque Rosa é uma mulher que
poderia ser eu, você, sua mãe, sua irmã ou sua colega de trabalho. Rosa é real!
O fascínio por esse longa se deve
a leveza que ele tem, apesar de levantar pontos extremamente importantes do
papel da mulher na sociedade atual, monogamia e família. Pode-se entender a
mensagem, mas sem o desconforto, que normalmente causaria. E as respostas...
há? Diálogos ricos com atores que estão em suas melhores atuações, levam aos
cinemas um dos melhores filmes do cinema nacional. Laís Bodanzky, que também assina
o roteiro junto a Luiz Bolognesi, acertou e mereceu seu Kikito.
“Minha dor é perceber, que apesar
de termos feito tudo o que fizemos ainda somos os mesmos e vivemos como os
nossos pais.”
“Como Nossos Pais” estreia dia 31
de agosto, para fechar o mês com chave de ouro. Vale a pena o ingresso, o
ingresso da companhia, a pipoca, o refrigerante, a emoção e o repeteco, porque
eu quero assistir a esse filme MUITAS VEZES.
Posso fazer um PS para falar de
Maria Ribeiro, que é minha queridinha há tantos anos e eu achava que não tinha
todo o reconhecimento devido: ELA ESTÁ MAIS MARAVILHOSA DO QUE NUNCA. Espero
vê-la em mais trabalhos na TV, no cinema, nos livros... Maria Ribeiro é o tipo
de mulher que a gente precisa!
Categorias vencidas no Festival
de Cinema de Gramado:
- Melhor Filme
- Melhor Direção (Laís Bodanzky)
- Melhor Montagem (Rodrigo
Menecucci)
- Melhor Atriz Coadjuvante
(Clarisse Abujamra)
- Melhor Ator (Paulinho Vilhena)
- Melhor Atriz (Maria Ribeiro)