Valerian e a Cidade dos Mil Planetas

Valerian e a Cidade dos Mil Planetas

Luc Besson, a mente brilhante por trás de “O Profissional”, “Lucy”, “O Quinto Elemento” e “A Família”, leva às telonas a adaptação dos quadrinhos franceses “Valerian et Laureline”, um sucesso da ficção criada por Jean-Claude Mézières e Pierre Christin, que influenciou até o clássico “Star Wars”.

O longa narra a história do agente Valerian (Dane DeHaan) e sua parceira Laureline (Cara Delevingne) combatendo bandidos intergaláticos, que tentam constantemente destruir a Terra e seus planetas aliados. Valerian sonha com os Pearls, seres que habitam um planeta paradisíaco e tem como tarefa, recolher pérolas e multiplica-las através de uns bichinhos extremamente fofos, chamados “Conversores”. No entanto, esse planeta é dizimado e só sobra um bichinho da espécie. De resto, é só confusão e enrolação.

O filme, que começa com a fantástica “Space Oddity”, de David Bowie, explica o que aconteceu num período de 100 anos e é repleto de efeitos visuais maravilhosos, que há muito tempo não se ver, desde “Avatar”, talvez. As criaturas que aparecem na história, são belíssimas para serem apreciadas e isso é o ponto alto do filme. É empolgante, mas logo já dá para perceber que as tramas surgidas serão longas, sem necessidade. Besson poderia ter condessado o filme um pouco mais, a fim de criar uma atmosfera de suspense, que ele tenta, mas falha miseravelmente, uma vez que a trama está toda revelada.

Dane DeHaan foi uma escolha excelente, no entanto, infelizmente, ele não pode fazer milagres e segurar um filme que tem dois protagonistas, mas que um deles não convence em nada. Esse é o caso de Cara Delevingne. A modela, que Hollywood insiste em inserir em grandes produções, pode ser que um dia se torne a atriz que eles esperam, mas no momento, passa longe de ser. Pegaram uma atriz fraca, sem experiência e sem carisma, para “hitar” numa personagem que era para ser um grande ícone feminista dessa geração. Passou longe. Clive Owen entrega seu personagem na primeira cena e o suposto suspense que deveria ter em torno dele, está evidente. Ethan Hawke faz uma participação no filme, que nos leva até Rihanna. A cantora dá vida a uma personagem maravilhosa, com uma crítica social fabulosa. E apesar de mudar tanto, no pouco tempo em que aparece ali, Rihanna já consegue superar a protagonista.

“Valerian e a Cidade dos Mil Planetas” vai te levar a uma experiência sensorial incrível. É bonito de ver, é maravilhoso de ouvir, mas se você gosta de clareza e objetividade, sentirá falta disso. São muitas voltas em torno de algo que já está entregue, uma enrolação que custou toda a potência que poderia ser. Não há surpresas nas, pouco mais de duas horas, de filme.


“Valerian e a Cidade dos Mil Planetas” estreia hoje, 10 de agosto e vale a pena só para quem ama um visual incrível e quem se contenta em se divertir uma hora ou outra, num filme tão longo. Deixe a expectativa de lado. Vale a pipoca, na tentativa de o tempo passar mais depressa.

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